Impacto da DART transforma e altera definição de órbita do satélite Dimorphos para sempre

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Por João Silva
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Asteroide e detritos com trajetória da órbita lunar alterada.

São PauloEm 2022, a missão DART da NASA colidiu com a lua Dimorphos, alterando sua órbita e forma. Esse incidente forneceu aos cientistas informações valiosas sobre o comportamento dos asteroides e como podemos proteger a Terra deles no futuro.

Um resultado surpreendente foi a mudança na forma de Dimorphos. Inicialmente, os cientistas acreditavam que Dimorphos era plano e redondo, mas após o impacto, perceberam que ele havia se tornado mais alongado. Esta mudança significativa contradiz a ideia anterior de que luas menores de asteroides desenvolveriam formas alongadas à medida que o material se acumulasse lentamente do corpo principal.

Principais Descobertas do Estudo em Dimorphos:

  • Deformação significativa do Dimorphos
  • Redução da sua órbita ao redor de Didymos
  • Mudança inesperada de formato de oblato para prolato
  • Possível rotação caótica e desordenada

As complexidades na relação entre Dimorphos e Didymos

As mudanças indicam que a relação entre Dimorphos e Didymos é mais complexa do que imaginávamos. O estudo de Derek Richardson revela que a colisão afeta não apenas Dimorphos, mas também perturba o equilíbrio gravitacional do sistema. Detritos do impacto alteraram a órbita de Dimorphos, tornando-a mais curta. No entanto, Didymos permaneceu inalterado, sugerindo que é extremamente sólido e forte.

Os efeitos a longo prazo em Dimorphos são essenciais para futuras missões. A missão Hera da Agência Espacial Europeia, programada para outubro de 2024, irá estudar o sistema mais detalhadamente, especialmente as características internas tanto de Dimorphos quanto de Didymos. Uma questão chave é descobrir se Dimorphos é estável o suficiente para receber mais equipamentos de pesquisa.

Richardson e sua equipe querem descobrir quanto tempo Dimorphos levará para se estabilizar novamente. O estado atual da lua do asteroide pode revelar detalhes importantes sobre sua estrutura interna, o que é crucial para desenvolver formas de desviar asteroides. Estudos futuros do sistema Didymos, incluindo a missão Hera que deve chegar em 2026, esperam fornecer informações detalhadas que podem aprimorar nossos métodos para evitar colisões de asteroides com a Terra.

A missão DART da NASA nos proporcionou conhecimentos valiosos sobre o funcionamento da gravidade e o movimento dos asteroides, informações que não conseguimos obter apenas com experimentos na Terra. Esses dados são essenciais não só para a ciência, mas também para proteger nosso planeta do perigo de colisões com asteroides.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.3847/PSJ/ad62f5

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Derek C. Richardson, Harrison F. Agrusa, Brent Barbee, Rachel H. Cueva, Fabio Ferrari, Seth A. Jacobson, Rahil Makadia, Alex J. Meyer, Patrick Michel, Ryota Nakano, Yun Zhang, Paul Abell, Colby C. Merrill, Adriano Campo Bagatin, Olivier Barnouin, Nancy L. Chabot, Andrew F. Cheng, Steven R. Chesley, R. Terik Daly, Siegfried Eggl, Carolyn M. Ernst, Eugene G. Fahnestock, Tony L. Farnham, Oscar Fuentes-Muñoz, Edoardo Gramigna, Douglas P. Hamilton, Masatoshi Hirabayashi, Martin Jutzi, Josh Lyzhoft, Riccardo Lasagni Manghi, Jay McMahon, Fernando Moreno, Naomi Murdoch, Shantanu P. Naidu, Eric E. Palmer, Paolo Panicucci, Laurent Pou, Petr Pravec, Sabina D. Raducan, Andrew S. Rivkin, Alessandro Rossi, Paul Sánchez, Daniel J. Scheeres, Peter Scheirich, Stephen R. Schwartz, Damya Souami, Gonzalo Tancredi, Paolo Tanga, Paolo Tortora, Josep M. Trigo-Rodríguez, Kleomenis Tsiganis, John Wimarsson, Marco Zannoni. The Dynamical State of the Didymos System before and after the DART Impact. The Planetary Science Journal, 2024; 5 (8): 182 DOI: 10.3847/PSJ/ad62f5
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