Juízes do TPI debatem jurisdição e mandados contra líderes israelenses

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Por Ana Silva
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Balanças da justiça com mapa de fundo do conflito em Gaza

São PauloJuízes do Tribunal Penal Internacional (TPI) estão analisando argumentos legais para determinar se podem emitir mandados de prisão contra líderes israelenses. A questão principal é saber se o tribunal tem autoridade, o que Israel nega, embora em 2021 o TPI tenha decidido que tem jurisdição sobre as áreas que Israel tomou controle na guerra do Oriente Médio de 1967.

Pontos Principais:

  • TPI analisa a jurisdição para mandados de prisão
  • Israel rejeita a jurisdição do TPI e o pedido de mandado
  • EUA afirmam que os Acordos de Oslo dão a Israel jurisdição exclusiva
  • Acadêmicos alertam sobre fragmentação do poder do TPI

Israel discorda do pedido de mandados de prisão pelo tribunal, afirmando que está seguindo o direito internacional no conflito em Gaza causado pelos ataques do Hamas. O Primeiro-Ministro Netanyahu qualificou o pedido de mandado de prisão como uma "distorção da realidade."

O especialista jurídico Owiso Owiso acredita que a questão de jurisdição foi resolvida em 2021 e não deveria ser reconsiderada. Para ele, o debate atual é desnecessário ou um desperdício de recursos. A principal pauta das discussões jurídicas são os Acordos de Oslo de 1993, que visavam a criação de uma solução de dois Estados, a implementação da Autoridade Palestina e a definição de áreas de autogoverno.

Ambos os lados do debate apresentam argumentos fortes. Os Estados Unidos, como aliados de Israel, defendem que os Acordos de Oslo conferem a Israel total controle sobre seus cidadãos, o que implica que os palestinos não podem delegar poder ao TPI para julgar israelenses. Por outro lado, alguns especialistas jurídicos alertam contra a criação de uma regra que possa limitar a autoridade do TPI com base em diversas leis nacionais e internacionais.

Adil Haque, professor de direito, afirmou que se os Acordos de Oslo forem interpretados como uma limitação ao poder do tribunal, isso enfraqueceria o papel do TPI e poderia gerar dificuldades na aplicação da justiça criminal internacional.

A decisão dos juízes sobre os mandados será adiada devido às submissões escritas em andamento. Isso ilustra como a lei internacional pode ser complexa, já que acordos e decisões anteriores podem influenciar significativamente os acontecimentos atuais.

A situação demonstra a dificuldade do TPI em impor sua autoridade, especialmente quando países poderosos e seus aliados resistem. Este desafio vai além da interpretação da lei, abrangendo também a questão da justiça e da responsabilização global. A maneira como o TPI enfrenta essa questão influenciará sua posição na gestão de questões globais por um longo tempo.

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