Como a inflamação cerebral após infecções provoca fraqueza muscular por meio da proteína IL-6

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Por Alex Morales
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Ilustração de cérebro inflamado com diagrama de músculo enfraquecido.

São PauloInflamação cerebral pode causar fraqueza muscular após infecções. Um novo estudo da Universidade de Washington em St. Louis descobriu isso. Publicado em 12 de julho na revista Science Immunology, o estudo revelou que a inflamação cerebral libera uma proteína específica. Esta proteína viaja do cérebro para os músculos e reduz a função muscular.

Aqui estão os pontos principais:

  • A inflamação no cérebro desencadeia a liberação da proteína interleucina-6 (IL-6).
  • A IL-6 viaja pela corrente sanguínea até as células musculares.
  • A IL-6 diminui a produção de energia nas mitocôndrias musculares.

Dr. Aaron Johnson, o autor principal do estudo, explicou que eles queriam entender a fadiga muscular sentida durante doenças comuns. A pesquisa demonstrou que IL-6 reduz os níveis de energia nos músculos, utilizando moscas da fruta e camundongos. Isso significa que não se trata apenas de sentir-se cansado demais para se mover; é uma mudança química mais profunda que afeta a função muscular.

Pesquisadores testaram três modelos de doenças: infecção por E. coli, COVID-19 e doença de Alzheimer. Eles descobriram que a inflamação cerebral fazia com que moléculas nocivas se acumulassem. Isso desencadeava a produção de uma proteína chamada IL-6, que viajava até os músculos e os enfraquecia. Os resultados foram claros: moscas e camundongos expostos a essas condições apresentaram habilidades de movimentação reduzidas.

A fraqueza muscular pode continuar mesmo após o fim da infecção. Em um estudo, por exemplo, camundongos ainda apresentavam esse sintoma muito tempo depois de se recuperarem da infecção inicial.

Johnson e sua equipe colaboraram com pesquisadores da Universidade da Flórida. Eles acreditam que esse processo também ocorre em humanos. Por exemplo, pessoas com meningite frequentemente apresentam problemas musculares, possivelmente devido ao aumento nos níveis de IL-6. Pacientes com COVID longa também relatam cansaço extremo e fraqueza muscular. Pacientes com Alzheimer apresentam níveis mais altos de IL-6 no sangue.

Este estudo aponta possíveis tratamentos. Os pesquisadores descobriram que a IL-6 ativa a via JAK-STAT nos músculos, causando problemas na produção de energia nas mitocôndrias. Já existem medicamentos aprovados pela FDA, como inibidores de JAK e anticorpos monoclonais contra a IL-6, usados para tratar artrite e outras doenças inflamatórias, que podem bloquear essa via.

Dr. Johnson comentou que, quando as pessoas estão doentes, o corpo pode direcionar mais recursos para o cérebro em vez dos músculos. No entanto, precisamos investigar mais para compreendê-lo plenamente.

Este estudo busca incentivar mais pesquisas clínicas para investigar se os tratamentos atuais que interrompem essas vias podem ajudar a reduzir a fadiga muscular em pacientes. Isso pode ser extremamente benéfico para pessoas com COVID longo, Alzheimer e outras doenças inflamatórias.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciimmunol.adm7908

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Shuo Yang, Meijie Tian, Yulong Dai, Rong Wang, Shigehiro Yamada, Shengyong Feng, Yunyun Wang, Deepak Chhangani, Tiffany Ou, Wenle Li, Xuan Guo, Jennifer McAdow, Diego E. Rincon-Limas, Xin Yin, Wanbo Tai, Gong Cheng, Aaron Johnson. Infection and chronic disease activate a systemic brain-muscle signaling axis. Science Immunology, 2024; 9 (97) DOI: 10.1126/sciimmunol.adm7908
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