Índices atuais falham em medir a gravidade real das ondas de calor

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Por João Silva
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Termômetro no solo seco e rachado sob o sol escaldante.

São PauloOndas de calor cada vez mais frequentes e intensas devido às mudanças climáticas preocupam. Os métodos atuais para medir a gravidade dessas ondas de calor não são muito precisos. Diferentes métodos têm critérios variados para definir calor perigoso. Um estudo na revista Nexus destaca que a maioria desses métodos não representa corretamente o impacto das ondas de calor nas pessoas, especialmente no que diz respeito ao risco de morte.

Pesquisadores testaram seis formas de medir ondas de calor na Índia, Espanha e EUA. Apenas o índice de estresse térmico letal conseguiu identificar com precisão as condições de calor perigosas. Os outros métodos não conseguiram diferenciar claramente entre áreas e dias afetados e não afetados. O índice de estresse térmico letal considera tanto a temperatura quanto a umidade para determinar os riscos mortais do calor. O estudo revelou que:

  • Cinco dos seis índices existentes falharam em medir a gravidade das ondas de calor com precisão.
  • O índice de estresse térmico letal foi o mais eficaz, especialmente em regiões de baixa umidade.
  • Alguns índices podem não ser adequados para todas as áreas geográficas.
  • É essencial desenvolver um método unificado para medir a gravidade das ondas de calor.

A variação entre os tipos de medidas é um grande problema. Medições que consideram apenas a temperatura máxima ignoram fatores importantes como a umidade. Mesmo com temperaturas não muito elevadas, uma umidade alta pode ser extremamente prejudicial. Em locais com alta umidade, condições perigosas podem surgir quando a temperatura atinge apenas 28°C de bulbo úmido.

Idade, condições de saúde e nível de renda influenciam a maneira como as pessoas lidam com ondas de calor. Aqueles que têm ar-condicionado ou que não precisam trabalhar ao ar livre sentem menos os efeitos. Por isso, é crucial adotar medidas que levem esses fatores em conta.

A maioria das pesquisas foca nas temperaturas externas, mas as condições internas podem ser mais perigosas. A idade e os materiais dos edifícios influenciam muito o quanto esquenta dentro. Pesquisas futuras devem se concentrar nas condições internas durante ondas de calor.

Uma definição clara e universal para calor perigoso é essencial. Ela deve levar em conta a temperatura, a umidade, as condições de vida das pessoas e a idade. Isso ajudaria a gerenciar ondas de calor de forma mais eficaz. Alguns países, como o Reino Unido, atualizaram recentemente suas diretrizes para ondas de calor. Outros também podem precisar revisar seus padrões.

Esta pesquisa contou com o apoio do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong, do Research Talent Hub do Innovation and Technology Fund de Hong Kong e da Universidade Politécnica de Hong Kong. Essa abordagem global unificada pode ajudar a salvar vidas ao tornar as ondas de calor mais previsíveis e fáceis de gerenciar.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.ynexs.2024.100027

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Pir Mohammad, Qihao Weng. Comparing existing heat wave indices in identifying dangerous heat wave outdoor conditions. Nexus, 2024; 100027 DOI: 10.1016/j.ynexs.2024.100027
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