China mantém taxa de crédito inalterada; mercado imobiliário ainda sofre
São PauloA China decidiu manter inalterada sua taxa de empréstimo. Relatórios recentes indicam que o mercado imobiliário ainda enfrenta dificuldades. Os preços das casas em grandes cidades como Pequim e Xangai caíram 3,2%. Essa queda começou após o governo restringir o excesso de empréstimos pelos incorporadores imobiliários. Muitos desses desenvolvedores não conseguiram pagar suas dívidas e tiveram problemas para terminar apartamentos que já haviam sido pagos pelos compradores. Isso também prejudicou empreiteiros e fornecedores de materiais de construção, eletrodomésticos e outros bens domésticos.
Lynn Song, economista-chefe para a Grande China na ING Economics, afirmou que os dados são decepcionantes. Ela destacou que o suporte político introduzido em maio ainda não conseguiu reduzir a queda dos preços dos imóveis nem estabilizá-los.
As perdas de emprego e as perturbações durante a pandemia de COVID-19 agravaram a situação. A queda no valor dos imóveis, um investimento comum para muitas famílias chinesas, deixou muitas pessoas hesitantes ou incapazes de gastar dinheiro. Isso prejudicou a economia ao reduzir uma de suas principais fontes de atividade comercial.
Liu Aihua, porta-voz do Escritório Nacional de Estatísticas, comentou sobre a economia e destacou:
- O ambiente externo é complexo e mutável
- A economia doméstica enfrenta problemas e desafios
- Os fundamentos para a recuperação econômica e a melhoria a longo prazo permanecem inalterados
Liu observou o aumento nas vendas no varejo e nos investimentos em indústrias de alta tecnologia como um sinal de melhora. Um programa que incentiva as famílias chinesas a reciclar eletrodomésticos antigos e trocar seus carros por novos veículos elétricos está impulsionando os gastos dos consumidores. As vendas de produtos online, que representam cerca de um quarto de todas as vendas no varejo, subiram 11,5% em maio. As vendas de eletrodomésticos e eletrônicos, como televisores, aumentaram quase 13% no mesmo mês. Os consumidores chineses também voltaram a comprar carros, com as vendas de veículos crescendo 8,3% em comparação com o ano anterior, totalizando quase 11,5 milhões de unidades de janeiro a maio. Somente em maio, as vendas de automóveis aumentaram 1,5%.
Liu afirmou que as pessoas precisam sentir mais confiança e ter mais capacidade de compra, mas ainda há muitos bons motivos para acreditar que o mercado consumidor continuará crescendo.
Os dados apresentam sinais mistos sobre a recuperação econômica da China. O mercado imobiliário continua enfrentando dificuldades, enquanto o consumo e os investimentos em alta tecnologia mostram alguns sinais positivos. O governo pretende introduzir mais políticas para ajudar a economia e o setor imobiliário. Liu mantém-se otimista quanto à melhoria a longo prazo da economia chinesa.
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