Bots na medicina: como chatbots estão transformando testes genéticos para risco de câncer

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
- em
Robôs de laboratório analisando sequências genéticas para testes de câncer.

São PauloEstudos recentes indicam que chatbots especializados podem ajudar pacientes a decidir sobre testes genéticos para risco de câncer. Pesquisadores do Huntsman Cancer Institute da Universidade de Utah e do NYU Langone Perlmutter Cancer Center descobriram que esses chatbots podem substituir o aconselhamento genético tradicional de forma eficiente. Essa abordagem pode facilitar o acesso aos serviços genéticos, resolvendo o problema da acessibilidade limitada ao aconselhamento genético.

Os Testes Genéticos e a Crescente Demanda: Desafios Futuros

Normalmente, os testes genéticos requerem duas consultas com um conselheiro genético. Na primeira, os pacientes discutem seu histórico familiar e são informados sobre os prós, contras e limitações do teste. Decidindo prosseguir, uma segunda consulta é marcada para revisar os resultados. Esse método pode não ser sustentável no futuro, já que a demanda por testes está aumentando, e não há conselheiros genéticos suficientes para atender a todos.

O estudo BRIDGE (Ampliando o Alcance, Impacto e Fornecimento de Serviços Genéticos) testou um novo modelo:

  • Um algoritmo identificou pacientes com maior risco de síndromes hereditárias de câncer com base em históricos de saúde familiar autodeclarados.
  • Os participantes foram divididos em dois grupos: o primeiro seguiu o modelo tradicional, enquanto o segundo interagiu com um chatbot.
  • O grupo que utilizou o chatbot recebeu informações educativas através do MyChart, um portal online para pacientes, facilitando a decisão sobre o teste sem a necessidade de uma consulta prévia.

O estudo revelou que os resultados foram iguais para ambos os grupos, indicando que os chatbots podem ser uma alternativa viável à consultoria genética tradicional. À medida que os testes genéticos identificarem mais genes relacionados ao câncer, a demanda por esses serviços provavelmente aumentará. Os chatbots poderiam auxiliar na oferta desses serviços sem sobrecarregar o reduzido número de conselheiros genéticos.

Essa abordagem inovadora não busca substituir os conselheiros genéticos, mas sim aprimorar o sistema. Ao integrar chatbots, os sistemas de saúde podem:

  • Ampliar o alcance dos serviços genéticos.
  • Reduzir a carga de trabalho dos conselheiros genéticos.
  • Tornar os testes genéticos mais acessíveis para aqueles em risco.

Pacientes que têm maior risco de desenvolver câncer devido a predisposições genéticas podem tomar medidas para se proteger. Eles podem fazer exames de rotina com mais frequência, tomar certos medicamentos, fazer cirurgias preventivas ou adotar um estilo de vida mais saudável. Detectar o câncer precocemente e tomar medidas preventivas pode aumentar muito suas chances de sucesso e até salvar vidas.

Conforme a ciência genética avança, precisamos de meios práticos e escaláveis para oferecer esses serviços. O estudo BRIDGE mostra que chatbots podem ser uma ferramenta útil nessa nova área ao facilitar o acesso e aumentar a eficiência dos testes genéticos. Isso pode ser crucial à medida que a demanda cresce e aprendemos mais sobre o papel dos genes no risco de câncer.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jamanetworkopen.2024.32143

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Kimberly A. Kaphingst, Wendy K. Kohlmann, Rachelle Lorenz Chambers, Jemar R. Bather, Melody S. Goodman, Richard L. Bradshaw, Daniel Chavez-Yenter, Sarah V. Colonna, Whitney F. Espinel, Jessica N. Everett, Michael Flynn, Amanda Gammon, Adrian Harris, Rachel Hess, Lauren Kaiser-Jackson, Sang Lee, Rachel Monahan, Joshua D. Schiffman, Molly Volkmar, David W. Wetter, Lingzi Zhong, Devin M. Mann, Ophira Ginsburg, Meenakshi Sigireddi, Kensaku Kawamoto, Guilherme Del Fiol, Saundra S. Buys. Uptake of Cancer Genetic Services for Chatbot vs Standard-of-Care Delivery Models. JAMA Network Open, 2024; 7 (9): e2432143 DOI: 10.1001/jamanetworkopen.2024.32143
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário