Maré autoritária recua na Europa e no Irã, mas persiste

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Por Alex Morales
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Ondas recuando de uma costa acidentada com bandeiras.

São PauloEleições na Europa e no Irã mostram que o autoritarismo diminuiu, mas não parou. Na França, os eleitores enfraqueceram o partido de extrema-direita Reunião Nacional, liderado por Marine Le Pen. Também demonstraram insatisfação com o presidente Emmanuel Macron, cuja coalizão centrista ficou em segundo lugar após o segundo turno, logo à frente da Reunião Nacional.

Pontos-chave:

  • Eleitores na França rejeitaram o partido de extrema-direita Reunião Nacional.
  • O grupo centrista de Emmanuel Macron ficou em segundo lugar.
  • Nenhum bloco político possui maioria, gerando instabilidade.

O analista do Eurasia Group, Mujtaba Rahman, afirmou que a situação permanece um problema sem solução. A França enfrenta dificuldades em um momento de incertezas globais. Rahman destacou que, se o presidente Macron se enfraquecer, a influência da França diminuirá, especialmente por ser membro do G-7 e do Conselho de Segurança da ONU.

Novo Primeiro-Ministro Britânico Inicia Relações Internacionalmente

O novo governo britânico começa a se engajar mais com o mundo. O Partido Trabalhista, liderado pelo Primeiro-Ministro Keir Starmer, venceu com ampla margem nas últimas eleições, obtendo 412 dos 650 assentos na Câmara dos Comuns. Os Conservadores, que estavam no poder desde 2010, enfrentaram uma derrota histórica com apenas 121 assentos, seu pior resultado em 190 anos.

Situação Política em Suspenso Mesmo Após Vitória do Partido Trabalhista

A situação política continua instável mesmo após a vitória do Partido Trabalhista. O triunfo do Trabalhista ocorreu devido ao descontentamento público com os Conservadores, ao voto estratégico e ao surgimento do Reform U.K., um novo partido de direita. O Reform U.K., liderado por Nigel Farage, conquistou apenas cinco cadeiras, mas obteve quase 14% dos votos. Farage planeja fazer do Reform U.K. a principal oposição ao Trabalhista antes das próximas eleições, marcadas para 2029.

Robin Niblett, ex-diretor do Chatham House, comentou sobre a situação política na Europa. Ele mencionou que os europeus estão perdendo a confiança nos seus governos para lidar com a globalização e seus impactos. Niblett destacou que, apesar das incertezas atuais, os partidos políticos moderados podem ainda ter uma vantagem se forem inovadores.

Na França, Marine Le Pen e seu partido, o Reunião Nacional, aguardam pacientemente. Philippe Marlière, da University College London, mencionou que Le Pen pode alegar que só perdeu porque os outros partidos votaram estrategicamente contra ela. Se a situação no país piorar, ela pode ter uma boa chance nas eleições presidenciais daqui a três anos.

Após um acidente de helicóptero em maio que vitimou Raisi, foi realizada uma eleição presidencial no Irã. O pleito levou ao poder Pezeshkian, um cardiologista e parlamentar experiente, que pretende implementar mudanças no governo xiita do país e melhorar as relações com nações ocidentais, incluindo os EUA.

A eleição no Irã teve a menor participação desde a Revolução Islâmica de 1979. Apesar de o governo ter selecionado os candidatos e não haver observadores internacionais, a vitória de Pezeshkian gerou tanto esperança quanto dúvidas. Mesmo desejando reformas, Pezeshkian afirmou que apoia Khamenei tendo a decisão final sobre todas as questões do Estado e respeita a Guarda Revolucionária do Irã, que os EUA classificam como grupo terrorista.

A situação política está complexa e volátil. Apesar da redução nas atividades autoritárias, elas ainda persistem.

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