Empresas ocidentais que foram para China agora recuam

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Por Chi Silva
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Fábrica vazia com logotipos ocidentais na China.

Os investimentos estrangeiros na China estão diminuindo segundo o WSJ.

As empresas ocidentais estão mudando suas percepções sobre investir na China. Negócios que antes entravam avidamente no mercado chinês agora estão recuando. Essa mudança se deve ao crescimento mais lento na China e aos maiores desafios para operar lá. Grandes empresas que antes eram fortes no mercado chinês estão repensando seus planos devido aos lucros menores e aos benefícios econômicos reduzidos.

Pesquisas recentes indicam essa tendência. A Câmara de Comércio da União Europeia na China e a Câmara de Comércio Americana em Xangai relataram uma grande queda no entusiasmo.

  • A pesquisa da Câmara de Comércio dos EUA mostrou o menor percentual de todos os tempos de entrevistados que veem a China como seu principal destino de investimento em 25 anos.
  • A pesquisa anual da Câmara da UE revelou que apenas 15% dos entrevistados em maio ainda veem a China como seu principal alvo de investimento, uma queda em relação aos aproximadamente 20% dos anos anteriores.
  • 20% das empresas entrevistadas pela Câmara de Comércio Americana em Xangai planejam reduzir seus investimentos na China este ano.

Algumas grandes empresas estão promovendo mudanças significativas. No mês passado, a Walmart vendeu suas participações em uma empresa de comércio eletrônico chinesa por 3,6 bilhões de dólares. A IBM fechou seus centros de pesquisa na China, afetando mais de mil empregos. A montadora japonesa Honda também reduziu suas atividades, interrompendo operações em três fábricas e cortando pessoal na China, enquanto a Hyundai vendeu algumas fábricas e está expandindo seus negócios na Índia.

Desafios que Estão Impulsionando a Tendência

Os investimentos ocidentais na China estão diminuindo devido a várias razões principais.

  1. Desaceleração Econômica: A prolongada recessão econômica da China é um fator crucial. O mercado, que antes era promissor, está perdendo sua atratividade à medida que as taxas de crescimento diminuem.
  2. Concorrência Local: As empresas chinesas melhoraram significativamente sua tecnologia e oferta de produtos. Isso resultou em uma competição feroz e guerras de preços implacáveis.
  3. Tensões Geopolíticas: As relações diplomáticas entre a China e alguns países ocidentais estão se tornando cada vez mais tensas. Isso levou empresas como a Apple a diversificarem a produção para outros países asiáticos, como Índia e Vietnã.
  4. Centros Alternativos de Manufatura: Outros países asiáticos estão surgindo como alternativas viáveis de manufatura. Dados das Nações Unidas mostram que a Indonésia está atraindo mais investimentos greenfield do que a China.

Grandes empresas como Apple, Starbucks e McDonald's também estão enfrentando problemas. Elas estão rapidamente perdendo negócios para concorrentes locais. As marcas de carros chinesas se tornaram tão populares que as montadoras estrangeiras estão com dificuldades. A maioria dos novos carros vendidos na China agora são elétricos ou híbridos plug-in, nos quais as empresas locais são bastante competentes.

Um Mercado Ainda Relevante

Apesar desses problemas, a China continua sendo um mercado relevante. O país possui o maior número de vendas de carros do mundo. Muitas empresas não estão saindo completamente da China, mantendo suas operações atuais e, em alguns casos, até expandindo certas áreas. Por exemplo, o Walmart está abrindo mais lojas do Sam's Club no país.

A China percebeu uma diminuição nos investimentos estrangeiros. Em meados de agosto, o Ministério do Comércio da China se reuniu com empresas estrangeiras para ouvir suas preocupações. Eles prometeram resolver rapidamente quaisquer problemas de financiamento e burocracia. Representantes da Lego e da Moderna estavam presentes na reunião.

Em agosto passado, o governo de Xangai identificou o problema em um relatório. Eles apontaram que o investimento estrangeiro estava diminuindo porque as multinacionais estavam transferindo a produção para outras regiões. Fornecedores da Apple, como a Quanta, têm estabelecido operações em cidades fora da China.

Empresas ocidentais estão reajustando seus investimentos na China devido a diversos problemas, mas não estão abandonando o país completamente. O grande tamanho e o potencial do mercado chinês ainda o tornam atrativo para negócios com boas estratégias.

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