Taiwan quer um exército de drones, mas China os fabrica
Taiwan enfrenta dificuldades para obter drones em quantidade suficiente segundo o WSJ.
Taiwan está rapidamente trabalhando para construir sua própria frota de drones para defesa. Os pequenos drones de baixo custo utilizados na Ucrânia provaram ser muito eficientes. Taiwan quer seguir o mesmo caminho, mas enfrenta problemas. A maioria dos drones é fabricada na China, o que representa um perigo para Taiwan.
O exército ucraniano tem utilizado bastante os drones. Eles têm usado muitos drones facilmente acessíveis da DJI, uma importante empresa chinesa. Esses drones ajudam na vigilância dos movimentos inimigos e no lançamento de bombas. Isso tem auxiliado a Ucrânia a combater o exército mais forte da Rússia. Taiwan, que pode enfrentar um conflito com a China, deseja empregar essas mesmas táticas.
Desafios principais incluem:
- Elevado custo para fabricar drones localmente
- Possível bloqueio interrompendo o fornecimento de materiais
- Componentes críticos frequentemente obtidos da China
Existem desafios técnicos e econômicos.
Taiwan fabrica a maioria dos semicondutores avançados do mundo. O principal desafio não é produzir drones não tripulados, mas sim fabricar em quantidade suficiente para competir com os preços baixos da China. A DJI domina três quartos do mercado de drones de consumo. A grande indústria chinesa consegue produzir drones a baixo custo com facilidade.
Os sistemas de gimbal são extremamente importantes. Eles combinam lentes ópticas, sensores térmicos e estabilizadores, tornando-se essenciais para drones de reconhecimento. Taiwan fabrica muitas peças de gimbal, mas devido aos altos custos de mão de obra, elas são frequentemente montadas na China. Gimbals produzidos fora da China são mais caros e mais difíceis de encontrar.
Os motores são outra questão. A fabricante de drones de Taiwan, Taiwan UAV, tentou usar um motor australiano em vez de um chinês, mas ele custava 20 vezes mais. As fábricas locais frequentemente se recusam a colaborar com eles porque os pedidos são muito pequenos.
Para resolver esses problemas, Taiwan precisa:
- Identificar componentes críticos que não sejam chineses
- Garantir cadeias de suprimento locais
- Incentivar as indústrias nacionais a aumentarem a produção
Diversos países ao redor do mundo, assim como dentro de suas próprias fronteiras, estão se esforçando para resolver diferentes questões.
O Instituto Nacional Chung-Shan de Ciência e Tecnologia fabrica drones para as Forças Armadas de Taiwan, incluindo modelos como o Teng Yun. Os soldados taiwaneses utilizam esses drones para práticas e missões de reconhecimento. Além disso, eles investem em tecnologia anti-drone. Por exemplo, a Tron Future desenvolveu sistemas para desativar drones chineses.
Os Estados Unidos reconhecem que Taiwan necessita de assistência. O plano Replicator do Pentágono objetiva financiar numerosos robôs para contrapor o crescente poderio militar da China. A iniciativa já obteve US$ 500 milhões para os primeiros desdobramentos.
Se houver um conflito, Taiwan precisaria de drones diferentes para cada etapa. No início, utilizariam drones caros e duráveis como o Reaper, fabricado nos EUA. Para combates terrestres, necessitariam de drones menores e mais baratos, equipados com explosivos. É crucial construir um estoque desses drones.
A indústria de defesa de Taiwan tem potencial, mas ainda precisa se expandir. Especialistas como David Ochmanek acreditam que drones podem ajudar uma força menor a causar danos a uma maior. Taiwan deve desenvolver uma cadeia de suprimentos robusta e segura para drones, a fim de se preparar para futuros conflitos.
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