DNA antigo revela história milenar da África do Sul
São PauloPesquisadores da Universidade da Cidade do Cabo e do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva realizaram um estudo importante sobre DNA antigo para investigar a história inicial da humanidade na África do Sul. Ao analisar os genomas de treze indivíduos descobertos no abrigo rochoso de Oakhurst, eles estabeleceram uma linha do tempo que vai de 10.000 a 1.300 anos atrás. Essa pesquisa ajuda a compreender a história genética dos povos indígenas do sul da África.
Principais descobertas do estudo incluem:
Reconstrução de genomas de indivíduos que viveram entre 1.300 e 10.000 anos atrás revela semelhanças genéticas notáveis com os povos atuais San e Khoekhoe. Evidências sugerem alterações culturais significativas cerca de 1.200 anos atrás, associadas à chegada de novos grupos.
Estudo revela estabilidade genética no sul da África e impactos de migrações recentes
Este estudo é relevante porque demonstra que os genes das populações no extremo sul da África permaneceram inalterados por um longo tempo, ao contrário da Europa, que vivenciou grandes mudanças genéticas no mesmo período. Isso indica que os primeiros habitantes da região de Oakhurst foram menos impactados por grandes migrações até cerca de 1.200 anos atrás, quando novos grupos introduziram a agricultura e a criação de animais. A chegada desses novos grupos nos ajuda a compreender como as comunidades locais se adaptaram, passando de um modo de vida centrado apenas na caça e coleta para a incorporação de novas práticas culturais e linguísticas.
O processo de pesquisa foi desafiador. A extração de DNA de restos antigos e mal preservados apresentou muitas dificuldades. Os pesquisadores conseguiram sequenciar os genomas apenas utilizando novas técnicas laboratoriais. Isso demonstra como a arqueogenética está evoluindo e sua capacidade de revelar partes desconhecidas da história humana.
Este estudo nos ajuda a entender mais sobre as sociedades humanas primitivas na África do Sul e suas interações ao longo de milhares de anos. Com os avanços na arqueogenética, descobriremos mais sobre as diversas histórias das populações humanas. Pesquisas como essas destacam a importância de preservar sítios arqueológicos como Oakhurst, que são fundamentais para compreender nosso passado. Compreender a composição genética dos antigos é crucial para entender a evolução e migração humana nesta região diversa.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41559-024-02532-3e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Joscha Gretzinger, Victoria E. Gibbon, Sandra E. Penske, Judith C. Sealy, Adam B. Rohrlach, Domingo C. Salazar-García, Johannes Krause, Stephan Schiffels. 9,000 years of genetic continuity in southernmost Africa demonstrated at Oakhurst rockshelter. Nature Ecology & Evolution, 2024; DOI: 10.1038/s41559-024-02532-3Compartilhar este artigo