Uso de cannabis prejudica conexão cerebral em jovens adultos com risco de psicose

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Por Bia Chacu
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Rede cerebral fraturada com fundo de folha de cannabis.

São PauloPesquisa da Universidade McGill revela um problema grave com o uso de cannabis por jovens adultos, que podem sofrer de psicose. Os pesquisadores descobriram que a cannabis agrava a já reduzida conectividade cerebral nesses indivíduos, afetando principalmente a quantidade de conexões no cérebro. Essa conectividade é crucial para o bom funcionamento cerebral, e sua perturbação pode aumentar o risco de problemas de saúde mental.

Descobertas importantes do estudo incluem:

  • Jovens adultos em risco de psicose já apresentam densidade sináptica reduzida quando comparados a indivíduos saudáveis.
  • O uso de cannabis diminui ainda mais essa densidade sináptica, agravando sintomas relacionados ao isolamento social e à falta de motivação.
  • Diferente dos tratamentos atuais que visam alucinações, novas abordagens poderiam focar nesses sintomas menos abordados para melhorar a qualidade de vida.

Descobertas Revelam Impacto da Cannabis no Desenvolvimento Cerebral

As descobertas são significativas. A poda sináptica é um processo cerebral crucial durante o desenvolvimento, principalmente em jovens adultos, e a cannabis parece interromper esse processo. Essa interrupção pode desencadear o surgimento de distúrbios mentais, como esquizofrenia, além de afetar o crescimento global do cérebro. Consequentemente, isso pode levar a efeitos duradouros nas habilidades cognitivas e sociais.

Um novo estudo indica que podemos estar diante de uma transformação no tratamento da saúde mental. As medicações atuais para psicose focam principalmente nos sintomas, como alucinações auditivas ou visuais. No entanto, tendem a negligenciar aspectos cruciais para a vida cotidiana, como dificuldades em socializar ou falta de motivação. Ao aprofundar nosso entendimento sobre a densidade sináptica, tratamentos futuros poderão abordar melhor esses problemas, auxiliando as pessoas a melhorarem suas conexões sociais e suas atividades diárias.

O estudo utiliza tecnologia avançada de imagem cerebral para examinar alterações na estrutura cerebral em populações de risco. Este avanço pode ajudar na criação de modelos para prever a psicose, permitindo uma intervenção médica mais precoce.

A comunidade científica está analisando como a cannabis impacta cérebros jovens e sensíveis. Esta pesquisa ressalta a necessidade de se ponderar sobre o uso recreativo da maconha e seus possíveis efeitos na saúde mental. Estudos em andamento poderão ajudar a definir quem está mais vulnerável e como criar medidas preventivas. Apesar de a cannabis ainda ser um tema controverso, essas descobertas proporcionam informações relevantes sobre os riscos potenciais de psicose para algumas pessoas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1001/jamapsychiatry.2024.3608

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

M. Belen Blasco, Kankana Nisha Aji, Christian Ramos-Jiménez, Ilana Ruth Leppert, Christine Lucas Tardif, Johan Cohen, Pablo M. Rusjan, Romina Mizrahi. Synaptic Density in Early Stages of Psychosis and Clinical High Risk. JAMA Psychiatry, 2024; DOI: 10.1001/jamapsychiatry.2024.3608
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