Cientistas revolucionam interface neural com riscos cirúrgicos reduzidos usando métodos minimamente invasivos
São PauloCientistas da Universidade Rice e da Universidade do Texas, em Galveston, desenvolveram uma nova técnica para se conectar com o sistema nervoso, reduzindo os riscos cirúrgicos. A técnica, chamada de interfaces endocisternas (ECI), possibilita que os médicos acessem o cérebro e a medula espinhal através do líquido cefalorraquidiano (LCR) sem a necessidade de abrir o crânio. Essa inovação pode revolucionar os tratamentos neurológicos.
Médicos podem realizar um procedimento simples de punção lombar para inserir um tubo flexível no líquido cefalorraquidiano. Esse tubo pode ser direcionado para áreas específicas do cérebro e da medula espinhal. Essa técnica apresenta vários benefícios evidentes.
- Baixa invasividade, diminuindo o risco de complicações
- Acesso simultâneo ao cérebro e à medula espinhal
- Maior alcance a alvos neurais em comparação com métodos tradicionais
Este novo método utiliza dispositivos alimentados por magnetoeletricidade que se conectam sem fio, tornando-o menos invasivo. Diferentemente dos métodos tradicionais que exigem a abertura do crânio para alcançar o cérebro, o ECI acessa o cérebro seguindo o caminho natural do líquido cefalorraquidiano, mantendo o processo seguro e íntegro.
Equipe de pesquisa testa ECI com sucesso em animais
A equipe de pesquisa testou com êxito o dispositivo ECI em animais, comprovando sua eficácia. Eles descobriram que eletrodos de cateter podem ser colocados diretamente nas áreas ventriculares do cérebro e na superfície cerebral para fornecer estimulação elétrica. Uma vantagem significativa do ECI é que não requer medicamentos antitrombóticos, ao contrário de outros dispositivos que funcionam por meio de vasos sanguíneos, e não é limitado pela localização desses vasos.
ECI apresenta diversos benefícios significativos. Pode auxiliar no tratamento de várias desordens cerebrais com menos riscos, tornando-se acessível a mais pessoas que não poderiam se submeter a cirurgias invasivas. Esta tecnologia oferece novas opções terapêuticas para condições como acidente vascular cerebral, epilepsia e outras doenças neurodegenerativas.
Pesquisadores estão otimistas de que a ECI transformará nosso trabalho com o sistema nervoso. Ela pode oferecer uma maneira mais segura e eficaz de diagnosticar, gerenciar e tratar condições neurológicas. No futuro, essa tecnologia poderá se tornar uma ferramenta comum na neurologia, melhorando o atendimento aos pacientes.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41551-024-01281-9e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Joshua C. Chen, Abdeali Dhuliyawalla, Robert Garcia, Ariadna Robledo, Joshua E. Woods, Fatima Alrashdan, Sean O’Leary, Adam Husain, Anthony Price, Scott Crosby, Michelle M. Felicella, Ajay K. Wakhloo, Patrick Karas, Nicole Provenza, Wayne Goodman, Sameer A. Sheth, Sunil A. Sheth, Jacob T. Robinson, Peter Kan. Endocisternal interfaces for minimally invasive neural stimulation and recording of the brain and spinal cord. Nature Biomedical Engineering, 2024; DOI: 10.1038/s41551-024-01281-9Compartilhar este artigo