Sentinelas do oceano: plâncton e seus desafios no clima em mudança
São PauloMudanças climáticas estão impactando nossos oceanos, resultando em sérios problemas para os foraminíferos planctônicos. Esses pequenos organismos marinhos desempenham um papel crucial no ciclo de carbono dos oceanos. Um estudo recente revela que o aumento das temperaturas oceânicas e a acidificação estão fazendo suas populações diminuir rapidamente.
Pesquisas globais indicam que diversas espécies de foraminíferos planctônicos estão migrando em direção aos polos a uma velocidade de até 10 quilômetros por ano. Algumas espécies também estão se deslocando para camadas mais profundas do oceano para escapar das águas superficiais mais quentes. Nos últimos 80 anos, a quantidade de foraminíferos diminuiu em 25 por cento.
Foraminíferos planctônicos são pequenos organismos marinhos que habitam o oceano e costumam ter conchas feitas de carbonato de cálcio. O aumento nos níveis de CO2 e a maior acidez das águas dificultam a formação dessas conchas, colocando a sobrevivência desses organismos em risco. A perda desses seres pode impactar significativamente os ecossistemas marinhos e diminuir a capacidade dos oceanos de armazenar carbono. Quando eles morrem, suas conchas geralmente afundam no fundo do mar, ajudando a capturar carbono. Com a formação de menos conchas, menos carbono é armazenado, agravando problemas climáticos.
Regiões tropicais estão particularmente vulneráveis. O calor extremo influencia os padrões de reprodução dos foraminíferos, reduzindo significativamente seu número. Esses pequenos organismos são indicadores chave das condições e mudanças nos ambientes oceânicos. Ao estudar suas reações, os cientistas podem compreender e prever melhor as grandes transformações ambientais causadas pelas alterações climáticas.
O estudo indica que esses organismos podem estar chegando ao limite de sua capacidade de adaptação. Isso levanta questões importantes para os pesquisadores sobre como diferentes espécies de foraminíferos planctônicos podem lidar com as mudanças climáticas em andamento. Embora ainda não saibamos como será a adaptação futura, compreender como eles respondem é essencial para avaliar os efeitos maiores na biodiversidade marinha.
Equipes internacionais estão colaborando e obtendo recursos para minimizar os impactos das mudanças climáticas nesses organismos. Esses projetos visam aprofundar nosso entendimento sobre a vida marinha à medida que o clima muda e orientar esforços de conservação mais eficazes. Ao monitorar os desafios enfrentados por essas espécies, os cientistas podem propor melhores maneiras de manter nossos oceanos saudáveis.
Foraminíferos planctônicos enfrentam dificuldades, destacando o impacto das mudanças climáticas na vida marinha. Proteger essas criaturas é crucial para manter o equilíbrio e a força do ecossistema oceânico.
O estudo é publicado aqui:
http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-08191-5e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é
Sonia Chaabane, Thibault de Garidel-Thoron, Julie Meilland, Olivier Sulpis, Thomas B. Chalk, Geert-Jan A. Brummer, P. Graham Mortyn, Xavier Giraud, Hélène Howa, Nicolas Casajus, Azumi Kuroyanagi, Gregory Beaugrand, Ralf Schiebel. Migrating is not enough for modern planktonic foraminifera in a changing ocean. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-08191-5Compartilhar este artigo