Hatcheries de salmão: aumento de peixes, redução da diversidade genética, aponta estudo

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Por Bia Chacu
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Salmão de viveiro e salmão selvagem nadando juntos.

São PauloUm estudo da Universidade do Alasca em Fairbanks revelou que as criadouros de salmão podem aumentar a quantidade de salmão selvagem, mas também podem reduzir sua diversidade genética. A pesquisa analisou o salmão-rosado em Prince William Sound, no Alasca, utilizando dados do Projeto de Pesquisa de Criadouros do Alasca.

Título: Impacto das Criadeiras de Salmão na Diversidade Genética

A cada ano, criadouros de salmão liberam mais de 5 bilhões de jovens salmões no Pacífico Norte. Esses programas aumentaram as capturas anuais de salmão rosa no Prince William Sound de 4 milhões para 50 milhões. No entanto, os peixes de criadouro estão se misturando com os salmões selvagens nas áreas naturais de desova, levando ao cruzamento entre eles. Essa mistura resultou em populações maiores, mas reduziu a diversidade genética, o que pode tornar a população de salmões menos resistente a futuras mudanças ambientais.

Desde 2011, o projeto vem coletando amostras de tecido de muitos salmões-rosas. Essas amostras são provenientes de 30 riachos no Prince William Sound. Os pesquisadores usaram os dados para rastrear a história familiar dos salmões-rosas e identificar quais peixes vieram de hatcheries.

O estudo revelou que até mesmo uma pequena quantidade de peixes de criadouros pode causar um grande impacto. Os peixes de criadouros são geralmente mais geneticamente semelhantes, introduzindo variantes genéticas que podem não ser adequadas ao ambiente local. Essa menor diversidade nos peixes selvagens pode torná-los menos capazes de enfrentar desafios futuros.

O estudo revelou que os salmões de criadouros produzem cerca de metade dos filhotes em comparação com os salmões selvagens. Isso pode enfraquecer a resistência a longo prazo dos grupos de salmões selvagens. Além disso, a menor variabilidade entre eles pode tornar essas populações menos adaptadas aos seus habitats específicos.

Peter Westley, professor associado da UAF, destacou que os criadouros de salmão no Alasca são um assunto controverso. Frequentemente, há discussões acaloradas sobre as políticas relacionadas a esses criadouros. Westley espera que este estudo possa fornecer dados claros para orientar essas discussões.

As notícias mostram que o uso de criadouros para aumentar o número de salmões ajuda a pesca comercial, mas também reduz a diversidade genética dos salmões selvagens. Essa menor diversidade pode tornar os salmões selvagens mais vulneráveis a doenças, mudanças climáticas e outros fatores ambientais.

Precisamos aprimorar a gestão dos criadouros para manter a população de salmões elevada, ao mesmo tempo em que protegemos a saúde e a diversidade dos salmões selvagens.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsos.240455

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Samuel A. May, Kyle R. Shedd, Kristen M. Gruenthal, Jeffrey J. Hard, William D. Templin, Charles D. Waters, Milo D. Adkison, Eric J. Ward, Christopher Habicht, Lorna I. Wilson, Alex C. Wertheimer, Peter A. H. Westley. Salmon hatchery strays can demographically boost wild populations at the cost of diversity: quantitative genetic modelling of Alaska pink salmon. Royal Society Open Science, 2024; 11 (7) DOI: 10.1098/rsos.240455
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