Robô enfrenta jornada de um século para limpar Fukushima

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Robô removendo material nuclear na usina de Fukushima.

São PauloA Usina Nuclear de Fukushima Daiichi enfrenta uma tarefa gigantesca de limpeza, que pode durar até 100 anos. Os colapsos dos reatores em 2011 espalharam material altamente radioativo pelos reatores da planta. A TEPCO estima que cerca de 880 toneladas de detritos de combustível derretido ainda estão dentro de três reatores, embora alguns especialistas acreditem que a quantidade real possa ser maior. Robôs são essenciais para esta tarefa devido aos níveis perigosos de radiação.

Um robô realizará a navegação principal no reator da Unidade 2. Suas principais tarefas são:

  • Coletando uma pequena amostra de aproximadamente 3 gramas de detritos de combustível derretido.
  • Utilizando uma câmera, iluminação e pinças para manobras precisas.
  • Trabalhando em turnos diários de duas horas para minimizar a exposição à radiação.
  • Navegando por uma complexa rede de tubos e obstáculos.

Esta etapa é crucial para determinar as propriedades do combustível derretido, essencial para planejar sua remoção e armazenamento. Os operadores utilizarão os dados das primeiras amostras para projetar robôs mais eficientes na extração de mais detritos. O sucesso dessas primeiras missões será fundamental para o processo maior de descomissionamento.

Os reatores envelhecidos e a estrutura enfraquecida da unidade representam riscos à segurança, tornando urgente a necessidade de compreender o estado do combustível derretido. As amostras coletadas ajudarão a determinar as formas mais seguras e eficazes de remover e armazenar o combustível, reduzindo os riscos a longo prazo no local.

No futuro, drones menores serão utilizados na Unidade 1 e micro-drones na Unidade 3 para a limpeza. Cada unidade enfrenta seus próprios desafios: a Unidade 3 possui mais água, dificultando a remoção de entulhos. Além disso, as barras de combustível usado em piscinas de resfriamento abertas nas Unidades 1 e 2 representam um perigo adicional, especialmente devido à propensão da área a terremotos.

Atrasos técnicos adiaram os planos iniciais, evidenciando a complexidade do processo. O projeto, que deveria começar no final de 2021, enfrentou vários contratempos. O governo estima que a desativação levará de 30 a 40 anos, mas alguns especialistas acreditam que pode durar até 100 anos. Outros sugerem um método semelhante ao de Chernobyl, com cobertura do local e abandono, mas isso não é viável devido aos frequentes terremotos e problemas de água em Fukushima.

Esse esforço contínuo evidencia as dificuldades e perigos significativos da energia nuclear, principalmente ao lidar com grandes acidentes e suas consequências. A TEPCO e seus parceiros enfrentam muitas incertezas, exigindo avanços em robótica e medidas de segurança para garantir a estabilidade futura e a segurança pública.

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