Novo estudo: rastreando uma estrela de baixa massa atravessando a Via Láctea em alta velocidade

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
- em
'Uma estrela rápida cruzando a Via Láctea.'

São PauloCientistas descobriram uma estrela de baixa massa se movendo rapidamente pela Via Láctea. O Sol percorre a Via Láctea a cerca de 220 quilômetros por segundo. No entanto, uma estrela vermelha tênue chamada CWISE J124909+362116.0 ("J1249+36") está se movendo ainda mais rápido. Esta estrela se destaca porque se move a cerca de 600 quilômetros por segundo, o que pode permitir que ela escape da gravidade da Via Láctea.

Voluntários do projeto chamado Backyard Worlds: Planet 9 analisaram dados da missão WISE da NASA. Quando vários voluntários identificaram o mesmo objeto em movimento, astrônomos investigaram mais a fundo. Eles se concentraram em J1249+36 porque estava se movendo muito rápido.

Adam Burgasser, professor da UC San Diego, liderou o estudo. Sua equipe utilizou o Observatório W.M. Keck no Havaí para medir a luz infravermelha da estrela. Eles descobriram que se trata de uma rara estrela subanã do tipo L, o que indica que é muito antiga, tem baixa massa e temperaturas baixas. A equipe usou novos modelos desenvolvidos pelo ex-aluno da UC San Diego, Roman Gerasimov, para estudar a atmosfera dessa estrela.

A pesquisa indicou que J1249+36 pode sair da Via Láctea. Burgasser observou que a velocidade e a trajetória da estrela sugerem que ela é uma estrela muito rápida. Isso levantou a questão: o que fez essa estrela se mover tão rapidamente?

Pesquisadores analisaram principalmente duas situações.

  • J1249+36 foi anteriormente uma companheira de baixa massa de uma anã branca. Uma anã branca pode explodir como uma supernova. A explosão poderia lançar a estrela companheira em alta velocidade.
  • J1249+36 já fez parte de um aglomerado globular. Esses aglomerados podem conter binários de buracos negros. Um encontro próximo com um binário de buracos negros pode ejetar uma estrela para fora do aglomerado.

Burgasser disse que ambos os cenários são possíveis, mas ainda não há provas concretas. A equipe deseja examinar os elementos da estrela para obter mais informações. Se a hipótese da anã branca estiver correta, a J1249+36 pode conter elementos pesados da supernova. Se a ideia do aglomerado globular estiver correta, os elementos da estrela serão semelhantes aos do aglomerado ou das galáxias próximas.

Kyle Kremer, um professor assistente da UC San Diego, realizou simulações com pares de buracos negros. As simulações revelaram que esses encontros podem ejetar estrelas como a J1249+36. No entanto, eles não sabem de qual aglomerado globular a estrela se originou.

Cientistas acreditam que a história de J1249+36 pode estar em uma região movimentada do céu. Pesquisas adicionais poderão esclarecer sua origem. Eles apresentaram seus resultados na 244ª reunião da Sociedade Astronômica Americana em Madison, Wisconsin.

Cientistas utilizaram os modelos de Gerisimov para medir a quantidade de diferentes elementos em estrelas frias encontradas em aglomerados globulares. Esses modelos também podem ajudar a determinar com mais precisão a origem de J1249+36.

A descoberta de J1249+36 é significativa. Ela auxilia os cientistas a entenderem melhor a história e os movimentos da Via Láctea. Os pesquisadores ainda procuram descobrir por que ele possui uma trajetória tão intrigante.

O estudo é publicado aqui:

NaN

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

NaN
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário