Novo estudo revela: como nascem as safiras nos vulcões

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Por Chi Silva
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Cristais de safira brilhando emergindo da rocha vulcânica.

São PauloSafiras são belas pedras compostas principalmente por óxido de alumínio, conhecido como corindo, com pequenas quantidades de outros elementos. Esses cristais geralmente aparecem em rochas vulcânicas com baixo teor de silício. Cientistas têm descoberto mais sobre como eles se formam nessas rochas.

Cientistas da Universidade de Heidelberg estudaram a região de Eifel, na Alemanha. Esta área vulcânica tem visto o magma emergir das profundezas da Terra para a superfície há cerca de 700.000 anos. Este magma possui baixos níveis de dióxido de silício, mas é rico em sódio e potássio, condições ideais para a formação de safiras.

Safiras na Região de Eifel: Formação e Procedência

Safiras se formam em rochas profundas na crosta terrestre. Quando o magma sobe, ele as transporta até a superfície. A maioria das safiras encontradas na região de Eifel vem de sedimentos fluviais. A formação das safiras ocorre por meio de processos magmáticos e metamórficos.

Nossos estudos revelam uma descoberta significativa. Antes, não compreendíamos como as safiras se formavam em depósitos vulcânicos. Agora, sabemos que processos magmáticos e metamórficos contribuem para sua criação. As altas temperaturas e pressões desses processos permitem que as safiras se formem a partir de sedimentos argilosos.

Os pesquisadores usaram testes geoquímicos, especificamente o método de urânio-chumbo, para determinar a idade dos safiras. Eles também analisaram os traços minerais nas safiras com um espectrômetro de massa de íons secundários para identificar os tipos de isótopos de oxigênio presentes. Diferenças nos isótopos O-16 e O-18 ajudam a indicar a origem dos cristais.

Rochas da crosta profunda possuem maiores quantidades de O-18 se comparadas às rochas do manto. Os safiras encontradas em Eifel apresentam uma composição isotópica que indica uma formação a partir de material do manto misturado com rochas da crosta a profundidades de 5 a 7 km. Esta interação entre o manto e a crosta ajuda a compreender melhor os processos vulcânicos e a formação de gemas.

Descobertas em uma conhecida região vulcânica da Europa sugerem que outras partes do mundo com vulcões semelhantes também podem possuir depósitos de safira. Compreender esses processos pode facilitar a busca por novos recursos minerais.

Este estudo descreve como os safiras se formam em áreas com atividade vulcânica. Com mais pesquisas, podemos aprofundar nosso entendimento sobre a atividade vulcânica e a formação de gemas. Isso pode nos ajudar a fazer novas descobertas e aprimorar os mapas geológicos que mostram onde as gemas são encontradas no mundo. O estudo foi financiado pela Associação Dr. Eduard Gübelin para Pesquisa e Identificação de Pedras Preciosas na Suíça e pela Fundação Alemã de Pesquisa.

Estudamos processos complexos e identificamos que as atividades magmáticas e metamórficas são fundamentais para a formação de safiras em áreas vulcânicas como a região de Eifel.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1007/s00410-024-02136-x

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Sebastian Schmidt, Andreas Hertwig, Katharina Cionoiu, Christof Schäfer, Axel K. Schmitt. Petrologically controlled oxygen isotopic classification of cogenetic magmatic and metamorphic sapphire from Quaternary volcanic fields in the Eifel, Germany. Contributions to Mineralogy and Petrology, 2024; 179 (6) DOI: 10.1007/s00410-024-02136-x
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