Nova pesquisa: decifrando a superfície do óxido de alumínio

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Por João Silva
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Estrutura da superfície de óxido de alumínio com detalhes atômicos revelados.

São PauloCientistas da TU Wien e da Universidade de Viena desvendaram a estrutura da superfície do óxido de alumínio, um enigma que tem intrigado pesquisadores por muitos anos. O óxido de alumínio (Al2O3) é um excelente isolante e é crucial em muitas áreas, como componentes eletrônicos e suportes catalíticos. Conhecer sua estrutura superficial é essencial, pois influencia como ele reage e interage quimicamente.

Pesquisadores buscaram entender a disposição dos átomos na superfície do óxido de alumínio. Enquanto os átomos dentro do cristal permanecem em uma estrutura fixa, na superfície eles se organizam de maneira diferente. Decifrar essa organização tem sido desafiador porque o óxido de alumínio é um isolante muito eficaz. Para estudar a superfície, os cientistas utilizaram a microscopia de força atômica sem contato (ncAFM). Essa técnica envolve:

  • Uma ponta afiada montada em um diapasão de quartzo
  • Digitalizando a superfície a uma distância próxima
  • Mudanças de frequência ocorrem à medida que a ponta interage com os átomos da superfície

Pesquisadores descobriram uma forma de identificar a localização dos átomos adicionando um único átomo de oxigênio à sua ferramenta. Isso permitiu que distinguissem entre átomos de oxigênio e alumínio ao detectar as forças de repulsão e atração.

A descoberta é significativa porque demonstra que a superfície do material se altera sozinha. Átomos de alumínio se movem mais profundamente no material para se ligar com átomos de oxigênio abaixo da superfície. Isso reduz a energia e torna a estrutura mais estável sem modificar a proporção de alumínio para oxigênio. Esse novo entendimento pode levar a avanços em diversas áreas.

Algoritmos avançados de aprendizado de máquina, juntamente com métodos tradicionais, contribuíram para aprimorar um modelo tridimensional dessa superfície complexa. Ao considerar milhares de possíveis arranjos dos átomos subsuperficiais, modelos computacionais testaram inúmeros cenários para encontrar uma estrutura estável. A combinação de técnicas experimentais e modelagem computacional tem sido essencial.

As descobertas vão além do óxido de alumínio. As técnicas e princípios identificados podem ser aplicados a outros isolantes e materiais. Isso poderia transformar áreas como catálise e ciência dos materiais. Compreender melhor as estruturas de superfície pode resultar em catalisadores mais eficientes e isolantes cerâmicos aprimorados para tecnologias avançadas.

Esta descoberta não só resolve um antigo problema científico, como também abre caminho para mais pesquisas e novas tecnologias. As partes protegidas do experimento garantem que este novo método permaneça seguro para estudos futuros. Pesquisadores de todo o mundo podem usar esses resultados para investigar novos materiais e métodos industriais, possivelmente levando a grandes avanços tecnológicos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adq4744

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Johanna I. Hütner, Andrea Conti, David Kugler, Florian Mittendorfer, Georg Kresse, Michael Schmid, Ulrike Diebold, Jan Balajka. Stoichiometric reconstruction of the Al 2 O 3 (0001) surface. Science, 2024; 385 (6714): 1241 DOI: 10.1126/science.adq4744
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