Novo estudo: desconfortos ocultos do esforço mental e suas implicações no dia a dia

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Cérebro feito de engrenagens com rachaduras de estresse visíveis.

São PauloEsforço mental pode ser mais desagradável do que pensamos

Esforço mental pode ser mais desconfortável do que imaginamos. Pesquisas da Associação Americana de Psicologia revelam que pensar intensamente está frequentemente associado a emoções negativas. Erik Bijleveld e sua equipe da Universidade Radboud analisaram 170 estudos com 4.670 participantes de 29 países. Entre os participantes estavam profissionais de saúde, militares, estudantes universitários e atletas amadores.

Eis o que descobriram:

  • O esforço mental maior está associado a sentimentos desagradáveis.
  • Essa ligação se manifesta em diversas tarefas e populações.
  • O desconforto é menor nos países asiáticos em comparação com a Europa e a América do Norte.

Ao planejar tarefas ou dar instruções, os profissionais devem considerar isso. Engenheiros, professores e gestores devem reconhecer ou recompensar as pessoas que investem um grande esforço mental.

A ideia de que as pessoas não gostam de fazer esforço mental tem efeitos concretos na vida cotidiana. Isso implica a necessidade de oferecer melhor apoio à saúde mental no trabalho e nas escolas. Quando enfrentam tarefas mentais difíceis sem o suporte adequado, podem ficar esgotadas, menos produtivas ou desenvolver problemas como ansiedade e depressão.

O estudo revela que estudantes asiáticos, que dedicam mais tempo aos deveres escolares, podem se acostumar mais com o esforço mental. Isso sugere que a prática e as experiências iniciais podem alterar a forma como percebemos o esforço mental.

Pesquisadores estão curiosos sobre por que as pessoas escolhem realizar tarefas mentalmente desafiadoras, mesmo sendo desconfortáveis. Exemplos disso são jogar xadrez, resolver quebra-cabeças ou jogar videogames. Isso sugere que os benefícios podem superar as dificuldades. As pessoas talvez façam essas atividades não porque gostam do esforço, mas porque valorizam os resultados.

As descobertas podem transformar nossa abordagem à produtividade e ao aprendizado. Veja como:

  • Empresas poderiam oferecer dias de saúde mental ou horários flexíveis para gerenciar o estresse.
  • Escolas poderiam adicionar mais intervalos e reduzir a carga de deveres de casa.
  • Designers poderiam criar interfaces mais intuitivas para diminuir a carga cognitiva.

Sabendo que o esforço mental pode causar desconforto, é possível criar novas regras em ambientes de trabalho e escolas. É importante garantir que o esforço mental seja devidamente recompensado e apoiado.

Reconhecer que fazer esforço mental pode ser desconfortável pode nos ajudar a mudar como organizamos o trabalho e o aprendizado. Isso nos lembra da importância de cuidar da saúde mental tanto quanto cuidamos da saúde física.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1037/bul0000443

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Louise David, Eliana Vassena, Erik Bijleveld. The unpleasantness of thinking: A meta-analytic review of the association between mental effort and negative affect.. Psychological Bulletin, 2024; DOI: 10.1037/bul0000443
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