Novo estudo revela espécie de parente do crocodilo que desafia visão do litoral triássico

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Por Bia Chacu
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Parente antigo do crocodilo remodelando a paisagem da costa do Triássico.

São PauloUma descoberta recente no Período Triássico, na Formação Favret em Nevada, revelou uma nova espécie extinta semelhante aos crocodilos. A espécie, denominada Benggwigwishingasuchus eremicarminis, forneceu novos insights sobre a vida nas costas triássicas. A pesquisa, publicada na revista Biology Letters, destaca a importância desses arcossauros pseudosúquios durante o Médio Triássico.

Pontos principais a saber:

  • A nova espécie viveu entre 247,2 e 237 milhões de anos atrás.
  • Pseudosuquianos como o B. eremicarminis eram encontrados em habitats costeiros globalmente.
  • A descoberta ocorreu na região oriental do Oceano Panthalássico.

Dr. Nate Smith, o principal pesquisador, afirmou que esses arcossauros viviam em áreas costeiras ao redor do mundo durante o período Triássico Médio. Esta descoberta foi inesperada, pois a região é geralmente conhecida por criaturas marinhas como ictiossauros e amonites. O esqueleto quase completo revelou que se tratava de um animal terrestre.

Espécies costeiras de pseudosúquios não pertenciam ao mesmo grupo evolutivo e estavam se adaptando de forma independente para viver em áreas costeiras. A Dra. Smith observou que diversos grupos de arcossauriformes estavam se adaptando a habitats litorâneos durante o Triássico Médio. No entanto, essas adaptações não resultaram em uma maior diversidade de espécies semi-aquáticas.

Os arcossauros dividiram-se em dois grupos: um evoluiu para aves e o outro para crocodilianos. Os crocodilianos modernos têm parentes antigos que eram diversos em tamanho e estilo de vida. B. eremicarminis e seus parentes mostram que os pseudosuquídeos tornaram-se muito diversos rapidamente após a extinção do Permiano. O Dr. Smith destacou que novas descobertas indicam que os primeiros pseudosuquídeos eram mais variados do que se pensava anteriormente.

B. eremicarminis era menor, medindo provavelmente entre 1,5 e 1,8 metros de comprimento. Apenas partes de seu crânio foram encontradas, por isso seus hábitos de alimentação e caça não são conhecidos. Seus membros estavam bem preservados e não mostravam sinais de adaptação para viver na água, indicando que ele permanecia próximo à costa.

Essas descobertas são empolgantes. Elas nos ajudam a aprender mais sobre a vida no Triássico e mostram como os primeiros arcossauros eram variados e adaptáveis. Esses achados também destacam outros répteis Triássicos interessantes, não apenas dinossauros. Novas espécies como B. eremicarminis nos permitem entender como era a vida ao lado dos dinossauros bem conhecidos. Isso aprimora nossa compreensão dos ecossistemas do início do Mesozóico.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsbl.2024.0136

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Nathan D. Smith, Nicole Klein, P. Martin Sander, Lars Schmitz. A new pseudosuchian from the Favret Formation of Nevada reveals that archosauriforms occupied coastal regions globally during the Middle Triassic. Biology Letters, 2024; 20 (7) DOI: 10.1098/rsbl.2024.0136
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