Estorninhos jovens: navegadores independentes descobertos em novo estudo de migração

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Por Chi Silva
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Bando de estorninhos voando independentemente pelo céu.

São PauloJovens estorninhos migram para seus lares de inverno sem seguir os pássaros mais velhos. Um novo estudo, que revisitou experimentos antigos e acrescentou novos dados, confirmou isso. Pesquisadores do Instituto de Ecologia dos Países Baixos e do Instituto Ornitológico Suíço reexaminaram um experimento de "deslocamento" conduzido pelo biólogo Albert Perdeck nas décadas de 1950 e 1960. As descobertas foram publicadas na revista Biology Letters.

Albert Perdeck transferiu vários estorninhos dos Países Baixos para a Suíça e a Espanha com o objetivo de estudar como eles encontram suas rotas migratórias. Os estorninhos jovens, não acostumados com o novo local, continuaram voando na direção sudoeste original, acabando no sul da França e na Espanha. Já os adultos, cientes das novas localizações, alteraram suas rotas para chegar às áreas normais de invernada nas Ilhas Britânicas e na França.

Principais Descobertas do Estudo

  1. Estorninhos jovens migram de forma independente.
  2. Estorninhos adultos modificam suas rotas quando deslocados.
  3. Estorninhos não seguem o comportamento migratório de outras aves.

Centro Internacional de Migração e Demografia de Aves identifica comportamento migratório de estorninhos

O Centro Holandês de Migração e Demografia de Aves e a Vogelwarte Sempach continuam utilizando anéis de metal com códigos únicos para identificar aves. A equipe analisou dados antigos e os comparou com os movimentos de estorninhos na Suíça e na Espanha. Descobriram que os estorninhos que se mudaram para novos locais não seguiam as aves locais nem copiavam seus hábitos migratórios.

Os estorninhos são aves sociais, mas eles não aprendem suas rotas de migração uns com os outros. Um novo estudo revela que os estorninhos viajam sozinhos. Até mesmo durante a noite, eles não seguem os comportamentos de outras aves.

Isso é importante por várias razões. Primeiro, responde a uma antiga questão científica. Muitos especialistas acreditavam que os estorninhos jovens podiam se juntar a bandos locais e seguir suas rotas de migração. Segundo, o estudo destaca a importância de entender se o comportamento migratório é hereditário ou aprendido. Com as mudanças no clima global e no uso da terra, saber como os pássaros encontram seu caminho é essencial.

Comportamentos aprendidos podem mudar rapidamente, o que ajuda os animais a se adaptarem. Já os comportamentos herdados não são tão flexíveis e podem representar um problema para os estorninhos. Apesar de se darem bem em áreas com muitos humanos, seus hábitos migratórios fixos podem causar complicações ao longo do tempo.

Este estudo amplifica nosso entendimento sobre a migração das aves. É fascinante observar como experiências antigas podem ser revisitadas com novos dados para resolver questões de longa data. A colaboração entre NIOO-KNAW e Vogelwarte Sempach mostra como dados históricos podem ser utilizados para obter novos insights.

Esses resultados nos proporcionarão um entendimento mais profundo sobre a migração de diferentes espécies de aves. Isso também pode auxiliar nos esforços para protegê-las, pois poderemos prever como elas reagirão às mudanças no ambiente. Estudos adicionais como este nos ajudarão a compreender melhor o comportamento das aves migratórias.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsbl.2024.0217

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Morrison T. Pot, Marcel E. Visser, Barbara Helm, Jan A. C. von Rönn, Henk P. van der Jeugd. Revisiting Perdeck's massive avian migration experiments debunks alternative social interpretations. Biology Letters, 2024; 20 (7) DOI: 10.1098/rsbl.2024.0217
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