Novo estudo revela que meteoro, e não declínio, extinguiu os amonites

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Por João Silva
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Meteoro atinge o oceano causando ondas sob o céu escuro.

São PauloCientistas descobriram que os amonites não estavam em declínio antes de serem extintos. Esses seres marinhos, com conchas em espiral, existiram por mais de 350 milhões de anos e desapareceram há 66 milhões de anos, junto com os dinossauros.

Pesquisadores da Universidade de Bristol publicaram um novo estudo na revista Nature Communications, revelando que a diversidade de amonites não estava em declínio antes da sua extinção. Este achado contradiz as crenças anteriores de alguns cientistas.

Para compreender a extinção dos amonitas, os pesquisadores realizaram as seguintes ações:

  • Montaram um novo banco de dados de fósseis de amonitas do final do Cretáceo
  • Utilizaram coleções de museus em vez de apenas registros publicados
  • Analisaram as taxas de especiação e extinção em diferentes regiões do mundo

A equipe enfrentou dificuldades com o registro fóssil, que frequentemente reflete mais a forma como as amostras foram coletadas do que a verdadeira história. Por isso, alguns cientistas acreditavam que os amonites estavam em declínio há muito tempo. O novo banco de dados ajudou a corrigir esses problemas de amostragem.

Pesquisadores descobriram que a variedade de amonites mudou ao longo do tempo e em diferentes locais. Em algumas regiões, as amonites prosperavam, enquanto em outras, enfrentavam dificuldades. O registro fóssil em partes da América do Norte está bem documentado, mostrando um declínio nas amonites. No entanto, em outras áreas, as amonites estavam em pleno desenvolvimento.

A equipe pesquisou o motivo pelo qual as espécies de amonites mudaram em quantidade. Eles consideraram duas hipóteses principais. A primeira teoria é que variações ambientais, como temperatura dos oceanos e níveis do mar, provocaram essas mudanças. A outra teoria sugere que fatores biológicos, como predadores e competição, foram os responsáveis.

As causas do surgimento e extinção dos ammonites variaram de acordo com a região. Não dá para afirmar que foi apenas por mudanças de temperatura. O local onde viviam no mundo influenciava significativamente.

Dr. Joseph Flannery-Sutherland explicou que é difícil compreender como a biodiversidade muda ao longo do tempo. Embora os fósseis forneçam algumas informações, a diversidade observada frequentemente depende de onde e quando esses fósseis foram descobertos.

Cameron Crossan, coautor do estudo, destacou a relevância de utilizar coleções de museus. Ao não se limitarem apenas a registros publicados, conseguiram uma compreensão mais precisa da biodiversidade dos amonites antes de sua extinção.

Dr. James Witts ressaltou a importância de compreender as diferenças regionais. Isso ajuda a demonstrar que a extinção dos amonites ocorreu por acaso, e não por uma inevitabilidade.

A Dra. Corinne Myers, da Universidade do Novo México, afirmou que sua pesquisa revelou motivos variados para a diversidade dos amonites. Não era apenas consequência do ambiente ou de interações biológicas. Os detalhes variavam de acordo com o local.

Dr. Flannery-Sutherland afirmou que os paleontólogos frequentemente buscam explicações simples, mas é essencial estudar dados fósseis em diferentes regiões. Esse método oferece uma visão mais clara de como a diversidade tem mudado ao longo do tempo. Ao observar diversas áreas, podemos entender como vários fatores influenciaram essas mudanças.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41467-024-49462-z

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Joseph T. Flannery-Sutherland, Cameron D. Crossan, Corinne E. Myers, Austin J. W. Hendy, Neil H. Landman, James D. Witts. Late Cretaceous ammonoids show that drivers of diversification are regionally heterogeneous. Nature Communications, 2024; 15 (1) DOI: 10.1038/s41467-024-49462-z
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