Pinguins-azuis revelam sensibilidade surpreendente ao barulho subaquático causado por atividades humanas

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Por Chi Silva
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Pequenos pinguins debaixo d'água com ilustrações de ondas sonoras.

São PauloPesquisadores da Curtin University usaram tecnologia de imagem avançada para estudar como os pinguins-azuis australianos escutam sons no ar e debaixo d'água. Com financiamento do programa Westport do Western Australian Marine Science Institution, a pesquisa revela a capacidade auditiva desses pinguins e destaca os perigos crescentes que enfrentam devido ao aumento do ruído no oceano.

Pesquisadores descobriram que os Pinguins-Azuis conseguem ouvir uma ampla gama de sons debaixo d'água, variando de 200 a 6.000 Hz, utilizando modelos digitais 3D feitos a partir de microtomografias de suas cabeças. Essa faixa é semelhante aos ruídos gerados por atividades humanas como transporte marítimo e construção. Isso demonstra que:

  • Os Pinguins Azuis conseguem detectar sons subaquáticos entre 200 e 6.000 Hz.
  • Atividades humanas geram ruídos geralmente entre 20 e 10.000 Hz.
  • Esse intervalo comum indica possíveis perturbações causadas por fontes de ruídos humanas.

Este estudo é crucial para compreender como o ruído causado pelo ser humano afeta a vida marinha, especialmente os Pinguins-Pequenos, cuja população já está em declínio. Esses pinguins habitam áreas costeiras, tornando-os vulneráveis ao barulho de navios, barcos e construções litorâneas. Esse ruído pode causar estresse e interferir na alimentação e comunicação dos animais.

A poluição sonora marinha afeta mais do que apenas os Pinguins Pequenos. Outras aves mergulhadoras e animais marinhos também estão em risco. O barulho constante pode dificultar a busca por alimento, a fuga de predadores e a interação entre eles. Como resultado, suas populações podem diminuir, complicando ainda mais os esforços de conservação.

Os Pinguins-azuis são capazes de ouvir uma ampla gama de sons. Por conta disso, cientistas recomendam ações específicas para minimizar os efeitos nocivos do ruído. Entre essas ações, poderíamos incluir:

  • Destinação de áreas marinhas protegidas com restrições às atividades humanas.
  • Implementação de tecnologias mais silenciosas para construção marinha e operação de embarcações.
  • Realização de monitoramento regular dos níveis de ruído subaquático em habitats de pinguins.
  • Educação do público e partes interessadas sobre o impacto da poluição sonora nos ecossistemas marinhos.

Esses passos são essenciais para proteger os Pingüins Azuis e manter os ecossistemas marinhos saudáveis. A pesquisa mostra que é fundamental usar métodos variados em conjunto, incluindo estudos científicos e práticas para gerenciar o ruído. Ao entender como os Pingüins Azuis percebem o som, podemos criar melhores regras para protegê-los, assim como outros animais marinhos, da poluição sonora prejudicial.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1098/rsos.240593

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Chong Wei, Christine Erbe. Sound reception and hearing capabilities in the Little Penguin ( Eudyptula minor ): first predicted in-air and underwater audiograms. Royal Society Open Science, 2024; 11 (8) DOI: 10.1098/rsos.240593
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