Descobertas inovadoras sobre a função do ciclo da ureia na doença hepática gordurosa

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Por Bia Chacu
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Diagrama do ciclo da ureia e interação com fígado gorduroso

São PauloBrian DeBosch, MD, PhD, um pesquisador da Universidade de Medicina de Indiana, está fazendo descobertas importantes sobre a doença do fígado gorduroso. Seu estudo recente mostra o papel crucial do ciclo da ureia nessa doença. A pesquisa revela que problemas no ciclo da ureia, responsável por remover a amônia do corpo, perturbam o ciclo do TCA. Essa perturbação afeta a forma como o corpo usa energia, leva ao acúmulo excessivo de gordura no fígado e causa inflamação e cicatrizes.

Os resultados deste estudo trazem esperança para o desenvolvimento de novos tratamentos para a doença hepática gordurosa associada à disfunção metabólica (MASLD) e a esteato-hepatite associada à disfunção metabólica (MASH). Essas doenças envolvem um acúmulo excessivo de gordura no fígado e podem levar à insuficiência hepática se não forem tratadas. A pesquisa de DeBosch sugere algumas possíveis abordagens para tratar essas condições.

  • Foco no manejo do nitrogênio no fígado
  • Administração de arginina desaminase peguilada (ADI-PEG 20)
  • Fornecimento de precursores para dinucleotídeo de adenina (NAD+)

MASLD e MASH estão se tornando mais comuns e graves em crianças do que em adultos. DeBosch trabalha em colaboração com Yin Cao na Universidade de Washington em St. Louis. O estudo de Cao com dados do UK Biobank mostra que marcadores de metabolismo de nitrogênio e energia podem ajudar a identificar pessoas saudáveis que possam desenvolver doenças hepáticas graves.

O ciclo da ureia é vital para a saúde do fígado. Problemas nesse ciclo podem agravar questões metabólicas ao impactar a forma como o corpo utiliza energia, resultando no acúmulo de gordura. Esse entendimento proporciona novas perspectivas sobre a conexão entre saúde metabólica e doenças hepáticas.

DeBosch e sua equipe estão desenvolvendo tratamentos como ADI-PEG 20 e suplementos de NAD+ para corrigir as complexas vias metabólicas. Essas terapias visam restaurar a função normal do ciclo de Krebs, melhorar o uso calórico e reduzir o armazenamento de gordura. Ao focar tanto no ciclo da ureia quanto no ciclo de Krebs, eles esperam tratar as causas principais da doença hepática gordurosa.

A pesquisa de DeBosch revela uma nova abordagem para tratar a esteatose hepática, especialmente em crianças que atualmente possuem poucas opções de tratamento. Esses estudos também podem influenciar a maneira como entendemos e tratamos outros distúrbios metabólicos e o câncer, ressaltando a importância de continuar investigando esta área.

A nova posição de DeBosch na IU School of Medicine, com o apoio do Herman B Wells Center for Pediatric Research e do Riley Children's Health, permite que ele lidere avanços significativos no combate às doenças metabólicas pediátricas. Seu trabalho visa desenvolver novos tratamentos direcionados para melhorar a saúde de crianças em Indiana e no mundo inteiro.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.cmet.2024.07.007

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yiming Zhang, Cassandra B. Higgins, Stefani Tica, Joshua A. Adams, Jiameng Sun, Shannon C. Kelly, Xiaoyu Zong, Dennis J. Dietzen, Terri Pietka, Samuel J. Ballentine, Leah P. Shriver, Gary J. Patti, Yin Cao, Brian J. DeBosch. Hierarchical tricarboxylic acid cycle regulation by hepatocyte arginase 2 links the urea cycle to oxidative metabolism. Cell Metabolism, 2024; DOI: 10.1016/j.cmet.2024.07.007
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