Jornalistas de Hong Kong aguardam veredicto crucial sobre sedição

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Por Alex Morales
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Martelo esmagando jornal com fundo do horizonte de Hong Kong

São PauloEm Hong Kong, dois jornalistas aguardam a decisão em um julgamento importante por sedição. Chung Pui-kuen, ex-editor do Stand News, e seu colega Patrick Lam foram acusados sob uma antiga lei de sedição da era colonial, que está sendo utilizada com mais frequência à medida que Pequim intensifica o controle sobre a cidade. O julgamento deles é crucial para compreender o atual estado da liberdade de imprensa e dos direitos civis em Hong Kong.

Stand News: Jornal Independente Alvo de Represália

O Stand News, fundado em 2014, era um veículo de comunicação independente dedicado a investigar e reportar sobre pessoas e organizações poderosas. Ganhou notoriedade durante os protestos antigovernamentais de 2019 por sua cobertura honesta e ao vivo, o que fez com que muitos moradores de Hong Kong confiassem nele. No entanto, em dezembro de 2021, a polícia fez uma operação na sede do Stand News, prendeu seus principais funcionários e congelou seus bens, levando o jornal a encerrar suas atividades.

A acusação alega que os jornalistas colaboraram para publicar artigos contra o governo. Segundo eles, Stand News funcionava como uma plataforma política. O caso envolve 17 artigos de julho de 2020 a dezembro de 2021, que incluíam entrevistas com líderes pró-democracia e críticas à lei de segurança nacional imposta por Pequim. Se considerados culpados, os jornalistas podem pegar até dois anos de prisão e uma multa de 5.000 dólares de Hong Kong (cerca de R$ 3.200) por uma primeira infração.

Pontos importantes a saber: Stand News é reconhecido pela sua visão independente e jornalismo crítico. As acusações são baseadas em uma antiga lei de sedição recentemente reativada. Eles são acusados de planejar a publicação de materiais que poderiam incitar rebelião. Se considerados culpados, podem enfrentar até dois anos de prisão e uma multa.

Este julgamento destaca o esforço mais amplo para reprimir a liberdade de imprensa em Hong Kong. O fechamento de veículos de comunicação como Apple Daily e Citizen News enfraqueceu drasticamente a mídia independente na cidade. A implementação de leis de segurança nacional e locais tem restringido ainda mais os direitos civis, resultando na perseguição e silenciamento de muitos ativistas e jornalistas.

O governo de Hong Kong afirma que as liberdades civis ainda são protegidas pela lei básica da cidade, mas o uso frequente de leis para silenciar dissidentes indica o contrário. Eric Lai, pesquisador do Centro de Direito Asiático da Universidade de Georgetown, destaca que este é o primeiro caso de sedição contra editores de notícias desde a transferência de soberania em 1997, evidenciando a importância da atual abordagem legal do governo.

O adiamento do veredicto, em parte devido à espera pelo desfecho de outro caso de sedição, aumenta a incerteza e a preocupação em torno do julgamento. Se condenado, isso provavelmente desencorajará a imprensa independente restante em Hong Kong e demonstrará o compromisso das autoridades em reprimir a dissidência.

Enquanto aguardamos a decisão, fica evidente que este caso vai além de Chung e Lam. Ele impacta o futuro da liberdade de imprensa e das liberdades civis em Hong Kong. A situação revela os perigos enfrentados por quem busca relatar notícias de forma independente em uma área politicamente instável. O resultado mostrará para onde estão indo as liberdades em Hong Kong à medida que a influência de Pequim cresce.

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