Principais lições após a extrema direita abalar a política europeia.

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Alex Morales
- em
Urna eleitoral francesa com emblema de extrema-direita em destaque

São PauloOs eleitores franceses irão às urnas novamente em três semanas. O presidente Macron dissolveu o parlamento e convocou eleições antecipadas. O partido anti-imigração de Le Pen deve receber cerca de 31%-32% dos votos, mais do que o dobro dos 15% esperados para o partido Renascimento de Macron. O tamanho da vitória da extrema direita foi uma surpresa. Até meados de julho, saberemos se Macron terá que compartilhar o poder com um governo de extrema direita.

Na Alemanha, os Social-Democratas liderados por Scholz tiveram o pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial, obtendo apenas 13,9% dos votos. O partido Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar com cerca de 15,9%, um desempenho melhor comparado aos 11% que conseguiram em 2019, apesar de recentes escândalos. O bloco de oposição de centro-direita Union obteve 30% dos votos.

Pontos principais:

  • O partido Frente Nacional da França obtém grande vitória; partido de Macron enfraquecido.
  • Os Social-Democratas da Alemanha têm o pior resultado desde a Segunda Guerra Mundial.
  • AfD melhora apesar dos escândalos, mas ainda abaixo das expectativas das pesquisas anteriores.
  • O Partido Popular Europeu, de centro-direita, permanece o maior grupo no Parlamento Europeu.
  • Verdes e Liberais sofrem perdas nas eleições para o Parlamento Europeu.

O Partido Popular Europeu (PPE), de centro-direita, deverá conquistar 191 cadeiras no parlamento da UE, mantendo-se o maior grupo. O PPE teve um pequeno aumento no número de cadeiras, mas não foi significativo devido ao aumento do tamanho do parlamento. Os Socialistas e Democratas (S&D), de centro-esquerda, perderam algumas cadeiras e agora contam com 135. A candidata principal do PPE, Ursula von der Leyen, quer se aliar aos socialistas e aos liberais pró-negócios para formar uma aliança pró-europeia.

Os Verdes estão enfrentando grandes perdas e podem perder cerca de 20 cadeiras no Parlamento da UE. Protestos de agricultores contra novas leis climáticas prejudicaram suas chances. Na Alemanha, os Verdes, que fazem parte da coalizão de Scholz, viram seu apoio cair de 20,5% para cerca de 12%. Partidos liberais, como o de Macron, também devem perder cerca de 20 cadeiras no total.

Os principais dirigentes partidários e analistas se reunirão na segunda-feira para discutir possíveis grupos e alianças. Os presidentes dos partidos iniciarão conversas formais na terça-feira. Os resultados provavelmente desacelerarão a tomada de decisões sobre questões como mudanças climáticas e subsídios agrícolas. Presidentes e primeiros-ministros da UE terão uma cúpula em 17 de junho para avaliar os resultados. Eles também discutirão se manterão von der Leyen como presidente da Comissão Europeia.

Os resultados mostram uma grande mudança na política europeia. Partidos de extrema-direita estão ganhando força, enquanto os Verdes e Liberais estão perdendo. Isso transformará o cenário político. As próximas semanas são cruciais para formar novas alianças e definir a direção futura da UE.

Mundo: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário