Supremo ordena alistamento ultraortodoxo em meio a conflito Israel-Hamas

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Por Ana Silva
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Notificação de alistamento militar israelense com fundo da bandeira nacional

São PauloSuprema Corte de Israel ordena alistamento de ultraortodoxos em meio a conflito com Hamas

A Suprema Corte de Israel ordenou ao exército recrutar homens ultraortodoxos. A decisão surge em meio ao conflito Israel-Hamas, que já dura nove meses, e promete gerar tensão no governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Advogados do governo alegaram que a incorporação de homens ultraortodoxos ao exército poderia prejudicar a sociedade israelense. No entanto, o tribunal afirmou que as atuais isenções são injustas e contrariam o princípio de igualdade perante a lei.

Pontos principais da decisão judicial:

  • Homens ultraortodoxos devem ser convocados para o serviço militar.
  • Subsídios estatais para seminários ultraortodoxos continuam suspensos.
  • A decisão não especificou quantos ultraortodoxos devem ser convocados.

Partidos ultraortodoxos, com grande influência política, são contrários ao fim das isenções. Esses partidos são aliados importantes no governo de Netanyahu. Se as isenções forem encerradas, esses partidos podem abandonar o governo, o que poderia levá-lo à dissolução e resultar em novas eleições.

A Comunidade Ultra-Ortodoxa e Seus Temores em Relação ao Serviço Militar

A comunidade ultra-ortodoxa acredita que o estudo religioso em tempo integral ajuda a proteger Israel. Eles temem que se juntar ao exército os exponha à sociedade secular, o que poderia prejudicar suas práticas religiosas. Os homens ultra-ortodoxos frequentam principalmente escolas que ensinam matérias religiosas e dão pouca atenção a disciplinas como matemática, inglês ou ciências. Críticos afirmam que isso os deixa despreparados para o serviço militar e para empregos seculares.

Mulheres religiosas geralmente não precisam prestar serviço militar. Isso é menos discutido, pois as mulheres raramente são colocadas em funções de combate.

O governo de Netanyahu pode enfrentar mais tensões. Parlamentares ultraortodoxos sentirão pressão de líderes religiosos e eleitores. Eles precisam decidir se permanecem na coalizão ou se retiram.

Shuki Friedman, do Instituto de Políticas do Povo Judeu, afirmou que os ultraortodoxos sabem que não têm opções políticas melhores. No entanto, a comunidade está questionando o apoio dado a esses políticos, pois deseja ver resultados concretos.

As isenções têm enfrentado problemas legais há anos. Diversas decisões judiciais afirmam que o sistema é injusto. Porém, líderes israelenses, pressionados por partidos ultraortodoxos, têm adiado mudanças na lei. Ainda é incerto se Netanyahu conseguirá manter tudo como está.

A coalizão de Netanyahu conta com dois partidos ultraortodoxos, que se opõem ao aumento do número de seus membros no serviço militar. Netanyahu precisa equilibrar o cumprimento das decisões judiciais e a manutenção da coesão da sua coalizão. Com apenas uma maioria estreita de 64 assentos no parlamento de 120 membros, ele frequentemente precisa atender às demandas dos partidos menores.

A decisão do tribunal suspendeu os orçamentos dos seminários no início deste ano. Por conta dessa medida, o apoio financeiro a esses seminários permanecerá interrompido.

A decisão provocou ainda mais incerteza. A situação política permanece indefinida. Tanto parlamentares quanto cidadãos aguardam para ver como isso impactará o conflito e as políticas internas.

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