Mpox pode se tornar pandemia? Especialistas analisam cenário global

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Por Ana Silva
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Vista microscópica do vírus mpox sob ampliação.

São PauloMpox, também conhecido como varíola dos macacos, foi declarado uma emergência de saúde global pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No entanto, especialistas concordam que a mpox não tem grandes chances de causar uma pandemia como a COVID-19 ou a gripe suína. Isso se deve principalmente ao fato de que a mpox se espalha de maneira diferente e mais lentamente do que vírus que são transmitidos pelo ar, como o coronavírus.

Mpox e COVID-19 são diferentes em vários aspectos.

  • Modo de Transmissão: A mpox se propaga principalmente através do contato direto pele-a-pele ou contato com objetos contaminados como roupas e lençóis. Já a COVID-19 se espalha por gotículas respiratórias.
  • Velocidade de Propagação: Os casos de COVID-19 aumentaram exponencialmente em curto tempo, enquanto os casos de mpox acumularam-se lentamente ao longo de meses.
  • Sintomas: A mpox frequentemente causa lesões visíveis na pele, o que pode desestimular o contato próximo e limitar a disseminação.

O risco de a mpox se tornar um problema global importante é baixo. O Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças afirma que, embora possam surgir mais casos vindos da África, grandes surtos na Europa são improváveis. Muitos cientistas concordam que o perigo geral para a população mundial é pequeno, especialmente em áreas sem casos atuais de mpox.

O surto de mpox de 2022 se espalhou por mais de 70 países, mas foi controlado rapidamente em poucos meses. Esse controle rápido deveu-se aos esforços ágeis de vacinação e à disponibilidade de tratamentos antivirais em países mais ricos. Ao contrário do COVID-19, já temos vacinas e tratamentos para o mpox.

COVID-19 teve mais de 126.000 casos e 4.600 mortes em três meses, enquanto a varíola dos macacos registrou cerca de 100.000 casos e 200 mortes desde 2022. Isso demonstra que a varíola dos macacos é menos perigosa em comparação com a COVID-19.

Existem sérios problemas em regiões como a África, especialmente no Congo, onde ocorreram a maioria dos casos e mortes de mpox. O Congo enfrenta grandes dificuldades devido ao frágil sistema de saúde. Embora as autoridades do país tenham solicitado 4 milhões de doses de vacinas, ainda não receberam nenhuma. Apesar da Organização Mundial da Saúde ter declarado emergência global em 2022, a África recebeu muito poucas vacinas ou tratamentos.

Dr. Chris Beyrer do Instituto de Saúde Global da Universidade de Duke afirma que os esforços para conter a mpox devem se concentrar na África. Ao investir em medidas para controlar a doença no continente, podemos reduzir sua propagação dentro da África e evitar que se espalhe para outras regiões do mundo.

Focando nas regiões onde a mpox é mais comum e tornando vacinas e tratamentos acessíveis a todos, a comunidade global pode evitar que pequenos surtos se agravem. Enfrentando esses problemas diretamente, conseguimos manter a mpox como uma questão de saúde controlável e impedir que se torne uma ameaça mundial.

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