Modelo inovador de Alzheimer em cultura acelera descobertas de novos tratamentos no Brasil

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Por Chi Silva
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Placa de laboratório com neurônios e compostos químicos rotulados.

São PauloCientistas avançaram consideravelmente na pesquisa sobre Alzheimer ao introduzir um novo modelo conhecido como "Alzheimer em laboratório". Desenvolvido pelo Mass General Brigham e seus parceiros, este modelo acelera a descoberta de medicamentos ao utilizar culturas de células cerebrais maduras para imitar as alterações no cérebro humano. Estudos que costumavam demorar anos agora podem ser realizados em apenas seis semanas. Ao replicar a função e os padrões genéticos dos cérebros dos pacientes, esse modelo pode levar ao desenvolvimento mais rápido de tratamentos eficazes.

  • Cultura celular 3D desenvolvida para imitar a atividade cerebral humana.
  • Capacidade de replicar mudanças que ocorrem ao longo de décadas em apenas algumas semanas.
  • Algoritmo imparcial para avaliar a precisão do modelo.
  • Potencial para rapidamente testar uma variedade de medicamentos.

Um estudo recente examinou diferentes métodos científicos e computacionais para avaliar a eficácia de um determinado modelo. Os pesquisadores utilizaram uma ferramenta avançada chamada plataforma de análise de atividade de vias integrativas (IPAA). Em vez de analisarem genes isoladamente, eles investigaram complexas vias biológicas e identificaram 83 vias comuns que estavam alteradas tanto no cérebro humano afetado pelo Alzheimer quanto no modelo 3D. Esta abordagem detalhada nos ajuda a compreender melhor a precisão com que esses modelos refletem os processos reais da doença.

Descobrir o papel de vias específicas, como a p38 quinase ativada por mitógenos (MAPK), demonstra que o modelo pode ser muito útil. Testes com medicamentos que visam essas vias mostraram resultados promissores, abrindo novas possibilidades para ensaios clínicos. Em particular, um inibidor de p38 MAPK foi eficaz na redução dos sintomas de Alzheimer no modelo, embora ainda não tenha sido testado em humanos. Isso indica que o modelo pode prever quais alvos de medicamentos podem funcionar, permitindo testes pré-clínicos mais rápidos e eficientes.

Este novo modelo não apenas identifica alvos para medicamentos, mas também torna as etapas iniciais do desenvolvimento de drogas mais eficientes. Ele já avaliou centenas de medicamentos existentes e produtos naturais, reduzindo o tempo e os recursos normalmente necessários para descobrir tratamentos para Alzheimer. Com sua capacidade de escalonamento fácil e forte habilidade preditiva, o modelo representa uma grande melhoria, trazendo a esperança de um desenvolvimento mais rápido de novos tratamentos para os pacientes. Este avanço destaca os esforços conjuntos para transformar a pesquisa sobre Alzheimer.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.neuron.2024.10.029

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Pourya Naderi Yeganeh, Sang Su Kwak, Mehdi Jorfi, Katjuša Koler, Thejesh Kalatturu, Djuna von Maydell, Zhiqing Liu, Kevin Guo, Younjung Choi, Joseph Park, Nelson Abarca, Grisilda Bakiasi, Murat Cetinbas, Ruslan Sadreyev, Ana Griciuc, Luisa Quinti, Se Hoon Choi, Weiming Xia, Rudolph E. Tanzi, Winston Hide, Doo Yeon Kim. Integrative pathway analysis across humans and 3D cellular models identifies the p38 MAPK-MK2 axis as a therapeutic target for Alzheimer’s disease. Neuron, 2024; DOI: 10.1016/j.neuron.2024.10.029
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