Plantas costeiras ameaçadas: invasão de plásticos e enchentes salinas desafiam vegetação litorânea

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Por Chi Silva
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Plantas costeiras cercadas por detritos plásticos e água do mar.

São PauloUm novo estudo revela como a poluição por plástico e a inundação de água salgada juntas prejudicam as plantas costeiras. Publicado na revista Environmental Pollution, este é um dos primeiros estudos a investigar como a inundação por água do mar e as partículas plásticas afetam a vegetação litorânea. Pesquisadores da Escola de Ciências Biológicas e Marinhas da Universidade de Plymouth e da Unidade Internacional de Pesquisa sobre Lixo Marinho conduziram a pesquisa.

Os pesquisadores estudaram a tanchagem-de-folhas-estreitas, uma planta encontrada na Europa, Ásia e Norte da África. Essas plantas costumam crescer em áreas de praia arenosas e rochosas. Eles plantaram as mudas em solo misturado com plásticos comuns ou biodegradáveis durante 35 dias. Em seguida, os cientistas inundaram as plantas com água do mar por 72 horas. Depois desse período, observaram as plantas por mais 24 dias para ver quantas sobreviveriam, qual seria o crescimento, a eficiência da fotossíntese e a quantidade de flores produzidas.

Principais Descobertas:

  • Microplásticos comprometeram a reprodução das plantas
  • Inundações provocaram maior morte de tecidos
  • Estressores combinados alteraram o crescimento e a eficiência fotossintética

Tanto os microplásticos quanto a inundação pela água do mar afetaram as espécies estudadas. Os microplásticos alteraram principalmente a reprodução, enquanto a inundação causou mais danos aos tecidos. Com a presença de ambos os estressores, os recursos das plantas foram significativamente impactados, resultando em menor crescimento e uma capacidade temporariamente reduzida de realizar a fotossíntese. A eficiência fotossintética reduzida impediu que as plantas capturassem eficazmente água, nutrientes e luz solar, elementos essenciais para um ecossistema saudável.

Dra. Winnie Courtene-Jones, a principal pesquisadora, destacou a importância do estudo. Os microplásticos, mesmo os biodegradáveis, podem prejudicar a vida vegetal. Ela observou que esses danos se agravam com mudanças ambientais, como elevação do nível do mar e inundações. Devido às mudanças climáticas, essas condições estão se tornando mais comuns, portanto, é vital entender e combater essas ameaças combinadas.

Dr. Mick Hanley destacou a importância das áreas costeiras. Dunas e pradarias costeiras nos protegem e abrigam diversas plantas e animais, funcionando como barreiras contra ventos fortes. No entanto, essas áreas estão em risco devido às mudanças climáticas e outros problemas. Dr. Hanley enfatizou que precisamos enfrentar esses desafios juntos. Sem ações decisivas, a poluição plástica e as inundações costeiras irão piorar.

Estes resultados ressaltam a necessidade de planos ambientais detalhados. Concentrar-se em problemas isolados não revela a complexidade da situação. Tanto a poluição por plástico quanto as mudanças climáticas exigem ações rápidas e globais. Estudos como este nos ajudam a identificar quais questões abordar e como proteger nosso ambiente. Precisamos mudar a forma como utilizamos o plástico e gerenciamos nossas costas.

A pesquisa revela os perigos ocultos dos plásticos biodegradáveis. Embora sejam considerados mais seguros, ainda podem ser prejudiciais quando combinados com outros fatores. Isso evidencia a necessidade de regulamentações mais rigorosas e maior conscientização pública.

Plantas costeiras enfrentam sério risco devido à poluição plástica e inundações de água salgada. Precisamos de planos imediatos e abrangentes para mitigar esses problemas. É urgente agir agora para proteger nossos ecossistemas no futuro.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.envpol.2024.124573

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

W. Courtene-Jones, S.W.H. Cheung, R.C. Thompson, M.E. Hanley. Effect of biodegradable and conventional microplastic exposure in combination with seawater inundation on the coastal terrestrial plant Plantago coronopus. Environmental Pollution, 2024; 360: 124573 DOI: 10.1016/j.envpol.2024.124573
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