Químicos criam bloco de construção estável para futuros medicamentos mais seguros e eficazes

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Por Ana Silva
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Frascos de laboratório com produtos químicos coloridos e estruturas moleculares.

São PauloQuímicos desenvolveram um novo tipo de heterociclo mais estável, útil na criação de medicamentos mais seguros e eficazes. Este avanço pode resultar em menos efeitos colaterais das medicações. Pesquisadores das universidades de British Columbia, MIT e Michigan colaboraram neste estudo, que foi publicado na revista Science. O foco da pesquisa foi a criação de azetidinas, um tipo particularmente estável de heterociclo.

Azetidinas são compostos químicos com três átomos de carbono e um de nitrogênio. Eles permanecem líquidos na temperatura ambiente e não se alteram dentro do organismo. Por isso, são considerados estáveis e têm menos probabilidade de causar efeitos indesejados.

A Dra. Corinna Schindler, da UBC, uma das autoras principais do estudo, destacou que os heterociclos têm um papel crucial no design de medicamentos modernos. A seguir, alguns pontos chave sobre heterociclos:

  • São utilizados em medicamentos contra o câncer e antibióticos.
  • 85% de todas as entidades químicas biologicamente ativas contêm um heterociclo.
  • Muitos heterociclos se oxidam sob condições fisiológicas, causando problemas de segurança.

A criação de azetidinas tem sido um desafio para os químicos orgânicos. A equipe do Dr. Schindler na Universidade de Michigan, em parceria com a estudante de pós-graduação Emily Wearing e a equipe da Dra. Heather Kulik no MIT, conseguiu superar essa dificuldade. Utilizando reações fotodrivas e métodos computacionais, eles reagiram iminas e produziram com sucesso azetidinas pela primeira vez.

Essa descoberta permite que pesquisadores explorem novas formas de modificar azetidinas, tornando-as ainda mais úteis para fins químicos e médicos. Isso pode levar ao desenvolvimento de medicamentos mais seguros e com menos efeitos colaterais.

Pesquisas prometem medicamentos mais seguros e eficazes

Futuras medicações podem ser mais seguras e eficazes graças a esta pesquisa. Atualmente, muitos medicamentos com estruturas químicas instáveis enfrentam problemas de oxidação no corpo, causando efeitos colaterais e ações indesejadas. As azetidinas estáveis desenvolvidas pela equipe de pesquisa não apresentam esses problemas.

Este avanço oferece aos desenvolvedores de medicamentos materiais novos e mais estáveis com os quais trabalhar. Agora, eles conseguem criar novos medicamentos de forma mais fácil. Azetidinas são quimicamente estáveis, o que significa que podem ser utilizadas com segurança em diversos tratamentos médicos sem o risco de degradação.

Essa notícia é empolgante para todos os interessados em avanços médicos. Ela mostra que a colaboração entre universidades pode levar a descobertas científicas significativas. A pesquisa utiliza reações baseadas em luz e métodos computacionais, destacando as técnicas criativas empregadas pelos químicos de hoje.

Esse avanço representa um movimento em direção à maior estabilidade e segurança dos ingredientes de medicamentos. Embora possa levar algum tempo para que essas descobertas resultem em novos remédios, os benefícios podem ser imensos. A criação de azetidinas é um passo significativo no desenvolvimento farmacêutico, tornando os futuros medicamentos mais confiáveis e seguros para os pacientes.

Este novo método para produzir azetidinas estáveis pode revolucionar a criação de medicamentos. Ele pode ajudar a desenvolver remédios mais eficazes e com menos efeitos colaterais. A colaboração entre UBC, MIT e a Universidade de Michigan abriu novas possibilidades na química orgânica, prometendo avanços significativos na área farmacêutica.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adj6771

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Emily R. Wearing, Yu-Cheng Yeh, Gianmarco G. Terrones, Seren G. Parikh, Ilia Kevlishvili, Heather J. Kulik, Corinna S. Schindler. Visible light–mediated aza Paternò–Büchi reaction of acyclic oximes and alkenes to azetidines. Science, 2024; 384 (6703): 1468 DOI: 10.1126/science.adj6771
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