Nova técnica promete revolucionar satélites de órbita baixa para alta capacidade de Internet

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Por Alex Morales
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Satélites orbitando densamente a Terra com linhas de rede brilhantes.

São PauloSatélites de baixa órbita devem fornecer internet rápida em todo o mundo, inclusive em áreas remotas. Eles possibilitam comunicação rápida e serviço de internet confiável. Contudo, esses satélites enfrentam uma grande limitação—geralmente só conseguem se conectar com um usuário por vez. Resolver esse problema costuma exigir o lançamento de milhares de satélites ou a criação de versões maiores e mais complexas, o que aumenta os custos e torna o espaço ao redor da Terra mais congestionado.

Cientistas de Princeton e da Universidade Yang Ming Chiao Tung em Taiwan desenvolveram um novo método para processar múltiplos sinais utilizando uma única matriz de antenas. Essa inovação é revolucionária por várias razões:

  • Reduz a quantidade de satélites necessários para cobrir grandes áreas
  • Diminui o tamanho e a complexidade dos satélites individuais
  • Abaixa significativamente os custos e o consumo de energia

A inovação aperfeiçoa uma técnica que permite às antenas direcionarem ondas de rádio em feixes precisos. Embora métodos semelhantes sejam utilizados em tecnologias terrestres, fazê-los funcionar em satélites em alta velocidade sempre foi um desafio. Os satélites viajam a cerca de 32.000 km/h, tornando difícil a gestão de múltiplos sinais. A nova técnica possibilita que uma matriz de antenas produza vários feixes simultaneamente, sem a necessidade de hardware adicional.

Grandes empresas espaciais como a SpaceX e a Amazon estão planejando lançar muitos satélites. O StarLink da SpaceX já colocou em órbita mais de 6.000 satélites e pretende lançar ainda mais. Esse novo método pode reduzir a quantidade de satélites necessária. Em vez de precisar de dezenas de satélites para cobrir os EUA, o número pode ser reduzido para menos de 20.

Esta situação afeta diversas áreas de maneira significativa.

As empresas podem economizar dinheiro ao evitar a necessidade de construir, lançar e manter muitos satélites. O uso de menos satélites também diminui a quantidade de detritos espaciais, um problema crescente que pode causar colisões e gerar mais entulho. Além disso, satélites mais simples têm menos partes sujeitas a falhas, tornando-os mais confiáveis e duráveis.

A pesquisa atual, embora predominantemente teórica, mostrou bons resultados em testes com antenas subterrâneas. O próximo grande passo é testá-la com um satélite real no espaço. Se funcionar, esse método pode melhorar significativamente as comunicações via satélite em todo o mundo, oferecendo acesso rápido e protegendo nosso ambiente espacial.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1109/TSP.2024.3408061

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yan-Yin He, Shang-Ho Tsai, H. Vincent Poor. Physical Beam Sharing for Communications With Multiple Low Earth Orbit Satellites. IEEE Transactions on Signal Processing, 2024; 72: 2783 DOI: 10.1109/TSP.2024.3408061
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