Greve de 33 mil na Boeing por salários justos e respeito

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Por Alex Morales
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Fábrica com linhas de produção paradas e máquinas ociosas.

São Paulo33 mil trabalhadores das fábricas da Boeing paralisaram suas atividades devido a questões salariais. Os funcionários, responsáveis pela montagem dos aviões 737 Max, 777 e 767 nas fábricas de Renton e Everett, em Washington, iniciaram a greve por insatisfação com os baixos salários e benefícios. A expectativa é que essa greve não afete a produção na fábrica da Boeing na Carolina do Sul, nem a do 787 Dreamliner.

O sindicato rejeitou uma proposta de contrato que incluía:

  • Pagamentos únicos de R$ 3.000
  • Redução nos custos de saúde
  • Salários médios projetados de R$ 106.350 ao final de quatro anos
  • Aumentos nas contribuições da Boeing até R$ 4.160 para as contas 401(k) dos trabalhadores
  • Compromisso de construir o próximo novo avião da empresa no estado de Washington

Os maquinistas atualmente ganham uma média de R$ 75.608 por ano, sem contar as horas extras. Embora tenha havido uma proposta de aumento salarial, ela ainda estava longe do que o sindicato queria—um aumento de 40% ao longo de três anos e o retorno das pensões tradicionais. Muitos trabalhadores ficaram insatisfeitos, pois essa oferta não atendia às suas exigências, especialmente com o aumento dos custos de moradia e da inflação.

CEO da Boeing, Kelly Ortberg, afirmou que a greve pode atrasar os esforços de recuperação da empresa. A Boeing já enfrenta dificuldades devido a problemas na qualidade de suas aeronaves e atrasos em missões espaciais. A interrupção na entrega de aviões agravaria ainda mais a situação financeira da empresa. Esse cenário é especialmente preocupante, considerando que a Boeing acumulou perdas de mais de US$ 25 bilhões nos últimos seis anos.

Os operários estão insatisfeitos porque tiveram que fazer muitos sacrifícios ao longo dos anos para manter seus empregos. Eles estão indignados não apenas com os salários, mas também com as mudanças nos bônus e a perda de alguns benefícios. A paralisação visa melhorar a remuneração e os benefícios, além de recuperar parte do respeito e estabilidade que acreditam ter perdido.

Uma greve prolongada pode ter sérias consequências financeiras. A analista Sheila Kahyaoglu acredita que uma paralisação similar à de 2008, que durou oito semanas, pode custar à Boeing cerca de US$ 3 bilhões, considerando as taxas de produção atuais e a inflação. A empresa quer retomar as negociações, pois a rejeição do acordo preliminar mostra que muitos trabalhadores estão insatisfeitos.

A Boeing precisa encontrar uma maneira de equilibrar a geração de lucro com a satisfação de seus trabalhadores. A greve demonstra que os funcionários estão descontentes porque seus salários não acompanham o aumento do custo de vida. Para reconquistar a confiança e manter a operação da empresa de forma eficiente, a Boeing deve abordar essas questões.

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