Descubra LUCA: revelações sobre o ancestral comum de toda vida na Terra

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Por Alex Morales
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Fósseis microbianos destacando a vida primitiva na Terra

São PauloPesquisadores de diversas partes do mundo, liderados pela Universidade de Bristol, descobriram informações cruciais sobre a vida primitiva na Terra. O estudo revela que a vida começou em nosso planeta poucos milhões de anos após sua formação. Eles chamaram essa primeira forma de vida de LUCA, sigla para Último Ancestral Comum Universal.

LUCA é nosso ancestral comum mais distante. Toda a vida moderna, desde simples bactérias até organismos complexos como os humanos, descende de LUCA. Ao comparar os genes das espécies vivas, pesquisadores identificaram características e mutações comuns. Essas características compartilhadas mostram uma linhagem direta até LUCA. Aqui estão algumas das principais características de LUCA:

  • Possuía maquinaria celular como ribossomos
  • Usava DNA para armazenar informações
  • Utilizava ATP como fonte de energia
  • Possuía um sistema imunológico primitivo

O estudo revelou que o LUCA, o último ancestral comum universal, viveu cerca de 4,2 bilhões de anos atrás, apenas 400 milhões de anos após a formação da Terra. Os cientistas ficaram surpresos, pois não esperavam que a vida surgisse tão cedo.

A equipe utilizou métodos avançados para descobrir as origens do LUCA. O Dr. Edmund Moody, autor principal do estudo, explicou que compararam a história dos genes com a história das espécies. Isso os ajudou a identificar a posição do LUCA na árvore da vida.

O pesquisador Dr. Tom Williams, coautor do estudo, elogiou o banco de dados utilizado. Ele afirmou que isso permite analisar com confiança as condições de vida do LUCA. O LUCA era um organismo complexo, semelhante aos procariontes modernos. Ele possuía um sistema imunológico primitivo, indicando que já combatia vírus há cerca de 4,2 bilhões de anos.

Tim Lenton, da Universidade de Exeter, afirmou que o LUCA provavelmente convivia com outros organismos. Ele fazia parte de um grupo e seus resíduos serviam de alimento para outros microrganismos, como os metanogênios. Isso criou um sistema que beneficiou muitos dos primeiros seres vivos.

A professora Anja Spang considera as descobertas de grande relevância para pesquisas futuras sobre procariotos. Esses estudos nos ajudarão a entender melhor a história antiga da Terra e a conhecer mais sobre organismos pouco estudados, como as arqueias.

O professor Philip Donoghue destacou que esta pesquisa abrange diversas áreas de estudo. Utilizando informações de diferentes campos, os cientistas adquiriram uma nova compreensão sobre a vida inicial na Terra, algo que não seria possível analisando apenas uma única área de estudo.

Cientistas de várias instituições, incluindo a University College London, a Universidade de Utrecht, o Centro de Pesquisa Ecológica em Budapeste e o Instituto de Ciência e Tecnologia da Universidade de Pós-Graduação de Okinawa, colaboraram no estudo. A pesquisa foi financiada pela Fundação John Templeton. As opiniões expressas no estudo são dos autores e não necessariamente refletem as da fundação.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41559-024-02461-1

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Edmund R. R. Moody, Sandra Álvarez-Carretero, Tara A. Mahendrarajah, James W. Clark, Holly C. Betts, Nina Dombrowski, Lénárd L. Szánthó, Richard A. Boyle, Stuart Daines, Xi Chen, Nick Lane, Ziheng Yang, Graham A. Shields, Gergely J. Szöllősi, Anja Spang, Davide Pisani, Tom A. Williams, Timothy M. Lenton, Philip C. J. Donoghue. The nature of the last universal common ancestor and its impact on the early Earth system. Nature Ecology & Evolution, 2024; DOI: 10.1038/s41559-024-02461-1
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