Mulheres japonesas poderão manter sobrenome de solteira após casamento?

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Balança representando o equilíbrio nos negócios e pergaminho com sobrenome tradicional.

São PauloA Keidanren, uma importante associação empresarial japonesa, está solicitando uma alteração nas regras para que as mulheres possam manter seus sobrenomes após o casamento. Essa mudança facilitaria para as mulheres que enfrentam dificuldades quando seus nomes profissionais e legais são diferentes. Por exemplo, isso tornaria mais simples a gestão de contas bancárias, cartões de crédito e viagens internacionais.

Tokura, um representante da Keidanren, afirmou que muitas mulheres de carreira no Japão já utilizam seus nomes de solteira no ambiente de trabalho. Isso inclui 90% das mulheres membros da Keidanren. No entanto, elas ainda precisam usar apenas um sobrenome em documentos legais.

Principais Problemas:

  • Dificuldades para abrir contas bancárias.
  • Problemas na emissão de cartões de crédito.
  • Desafios ao viajar para o exterior.

A Keidanren realizou uma pesquisa e descobriu que 88% das executivas estão insatisfeitas com o sistema atual. Esta organização, que representa mais de 1.500 empresas, geralmente apoia o Partido Liberal Democrático (PLD). O PLD tem adiado a ideia de permitir sobrenomes duplos por mais de 30 anos.

A proposta será enviada ao governo na próxima semana. Tokura mencionou que a diretoria da Keidanren concordou com ela. Eles desejam que o parlamento altere o código civil de 1898, que atualmente exige que um dos cônjuges adote o sobrenome do outro no casamento.

O Secretário-Chefe do Gabinete, Yoshimasa Hayashi, observou a proposta. Ele afirmou que as pessoas têm opiniões diferentes e que o tema precisa ser debatido com cautela. No entanto, muitas pesquisas indicam que a maioria da população apoia a ideia de ter dois sobrenomes em uma mesma família.

O partido governante LDP é contrário ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. Aumentam os pedidos por uma maior diversidade familiar. Muitos membros do partido preferem os papéis de gênero tradicionais. Eles acreditam que ter sobrenomes duplos prejudicaria a unidade familiar.

Em 2015 e 2021, o Supremo Tribunal Federal afirmou que a regra que exige o uso de um único sobrenome não é inconstitucional. No entanto, instaram o parlamento a debater o assunto. As discussões cessaram porque o partido no poder é conservador.

Akari Takahashi, uma organizadora de casamentos de 22 anos, compartilhou sua história. Ela aceitou o sobrenome do pai sem questionar até viajar para a Austrália. Lá, sua mãe anfitriã criticou a tradição de ter um único sobrenome familiar. Isso fez com que Akari repensasse a prática.

O esforço do Keidanren por mudanças é significativo. Isso demonstra que até instituições tradicionais percebem a necessidade de reformulação. A proposta visa facilitar a vida das mulheres que conciliam trabalho e vida pessoal.

A lei de casamento no Japão pouco mudou desde 1898. Muitas pessoas consideram as regras atuais ultrapassadas. As discussões continuam, mas os defensores esperam avanços.

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