Protestos violentos em Bangladesh: controvérsia sobre cotas de emprego público

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Por Ana Silva
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Cartazes de protesto e formulários de candidatura a emprego vazios.

São PauloPrincipais universidades em Bangladesh fecham temporariamente devido a protestos violentos

As principais universidades de Bangladesh foram fechadas temporariamente para proteger os estudantes durante protestos violentos contra as cotas de emprego do governo. Manifestantes enfrentaram a polícia, especialmente em Dhaka, onde as autoridades usaram gás lacrimogêneo para controlar a situação.

Pontos Essenciais a Saber:

Entender os elementos principais é crucial. Uma análise detalhada dos fatos fornece clareza e precisão. Estar atualizado com as notícias ajuda a tomar decisões informadas.

  • Estudantes estão protestando contra uma cota de 30% em empregos públicos reservada para famílias de veteranos da Guerra de Independência de 1971.
  • Críticos afirmam que o sistema é discriminatório e beneficia apoiadores do partido governante Awami League.
  • Os manifestantes exigem um sistema baseado em mérito em vez de conexões familiares.
  • Apesar das oportunidades no setor privado, muitos buscam empregos públicos pela estabilidade e benefícios oferecidos.

Aspirantes a Cargos Públicos Enfrentam Grande Concorrência em Bangladesh

Em Bangladesh, são poucas as vagas no setor público. Anualmente, 400 mil graduados disputam cerca de 3 mil posições no serviço civil. Algumas dessas vagas são destinadas a mulheres, pessoas com deficiência e minorias étnicas. A reserva de vagas para familiares de veteranos tem gerado bastante descontentamento.

Primeira-ministra Sheikh Hasina defende as cotas, destacando a importância de honrar os veteranos que lutaram na guerra de independência. Ela afirma que os partidos de oposição, especialmente o Partido Nacionalista de Bangladesh (BNP) e o Jamaat-e-Islami, estão causando problemas e incentivando os protestos. Na quarta-feira, as autoridades vasculharam a sede do BNP e prenderam vários membros de seu braço estudantil.

A polêmica sobre as cotas continua. Em 2018, grandes protestos estudantis levaram o governo a suspender o sistema de cotas. No mês passado, o Tribunal Superior anulou essa decisão após pedidos de famílias de veteranos. O Supremo Tribunal suspendeu essa anulação e decidiu que tomará uma decisão final em 7 de agosto. Mesmo com esse anúncio, os protestos continuam a crescer.

O verdadeiro problema não são apenas as cotas, mas também o desemprego e a insatisfação dos jovens. A pandemia de COVID-19, os conflitos na Ucrânia e em Gaza, junto com a instabilidade econômica, pioraram ainda mais a situação. A economia de Bangladesh está crescendo, porém não está gerando empregos de qualidade suficientes para os jovens graduados. A corrupção e as práticas injustas nas contratações aumentam a frustração.

Anu Muhammad, um ex-professor de economia, discutiu esses problemas em um jornal de Dhaka. Ele afirmou que o grande número de pessoas aderindo aos protestos reflete a gravidade da situação para os graduados. Mesmo após concluírem seus estudos, muitos não conseguem encontrar empregos que correspondam às suas habilidades.

Líder de protesto, Hasnat Abdullah, afirmou que os estudantes desejam retornar às aulas, mas apenas se suas exigências forem atendidas. A disposição do governo para dialogar pode ser a chave para resolver o impasse. Por enquanto, a situação permanece instável, com muitos jovens se sentindo revoltados e o governo enfrentando grandes dificuldades.

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