Terapia cognitiva alvo reprograma circuitos cerebrais e combate depressão

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Cérebro com circuitos destacados passando por tratamento de terapia cognitiva.

São PauloPesquisas da Stanford Medicine revelam que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) pode induzir mudanças duradouras na função cerebral, especialmente quando a terapia é adaptada ao cérebro do indivíduo. O estudo analisou adultos com depressão e obesidade e constatou que, ao utilizar a TCC focada em resolução de problemas, é possível reduzir os sintomas de depressão e provocar alterações positivas na atividade cerebral.

A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) voltada para a resolução de problemas concentra-se na área do cérebro que lida com planejamento e concentração. A abordagem inclui etapas práticas como:

  • Identificação de problemas do cotidiano
  • Geração de ideias para soluções possíveis
  • Escolha e implementação da melhor opção

O cérebro começa a funcionar melhor após apenas dois meses de terapia. Isso facilita a identificação de quem terá benefícios a longo prazo com o tratamento.

Esta abordagem para melhorar os circuitos cerebrais difere do tradicional método de tentativa e erro no tratamento da depressão. A maioria dos tratamentos não leva em conta as diferenças individuais no cérebro. Este estudo adota uma abordagem mais personalizada, semelhante a outras áreas da medicina. Por exemplo, médicos utilizam diversos testes para identificar a causa de dores no peito antes de definir o tratamento. Da mesma forma, em breve, exames cerebrais poderão ser usados para adaptar os tratamentos de depressão aos padrões únicos de cada cérebro.

Esta pesquisa pode provocar diversos impactos:

Em breve, exames cerebrais poderão ajudar médicos a identificar rapidamente a melhor terapia para os pacientes, reduzindo o tempo gasto em tratamentos ineficazes.

Mudanças na atividade cerebral podem indicar se uma terapia está funcionando desde cedo, permitindo aos médicos ajustar os planos de tratamento mais rapidamente.

As pessoas disseram que se tornaram melhores em lidar com problemas do dia a dia, o que facilitou o retorno ao trabalho e a participação em atividades sociais.

Pesquisas demonstram que pensamentos e comportamentos têm o poder de alterar circuitos cerebrais. Essa compreensão pode revolucionar o tratamento da depressão, criando planos personalizados com base em testes específicos. Tal abordagem pode aprimorar o cuidado em saúde mental, focando nas atividades cerebrais para orientar as escolhas terapêuticas, resultando em recuperação mais rápida e resultados melhores para os pacientes com depressão.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/scitranslmed.adh3172

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Xue Zhang, Adam Pines, Patrick Stetz, Andrea N. Goldstein-Piekarski, Lan Xiao, Nan Lv, Leonardo Tozzi, Philip W. Lavori, Mark B. Snowden, Elizabeth M. Venditti, Joshua M. Smyth, Trisha Suppes, Olusola Ajilore, Jun Ma, Leanne M. Williams. Adaptive cognitive control circuit changes associated with problem-solving ability and depression symptom outcomes over 24 months. Science Translational Medicine, 2024; 16 (763) DOI: 10.1126/scitranslmed.adh3172
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