Cientistas desvendam ação da bedaquilina contra tuberculose resistente, abrindo caminhos para novas terapias

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Por Ana Silva
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Bactérias da tuberculose sob um microscópio em ambiente de laboratório.

São PauloPesquisadores da Rutgers New Jersey Medical School descobriram o mecanismo de ação da bedaquilina como um antibiótico eficaz contra certos tipos resistentes de tuberculose (TB). Essa descoberta pode levar a melhores opções de tratamento, auxiliar na testagem de diferentes combinações de medicamentos e combater a questão da resistência a antibióticos.

Bedaquilina, aprovada em 2012, representou um avanço significativo no tratamento da tuberculose após mais de 40 anos sem inovações. Recentemente, cientistas descobriram como ela age contra cepas resistentes de TB. A droga ataca pontos fracos nas bactérias da tuberculose na ausência da enzima catalase-peroxidase.

  • Mutações no gene katG, responsável por codificar a catalase-peroxidase, aumentam a vulnerabilidade das bactérias.
  • As cepas resistentes a medicamentos acumulam espécies reativas de oxigênio, tornando-as mais suscetíveis a danos.
  • Alterações nos programas de transcrição e vias biossintéticas enfraquecem ainda mais as bactérias.

Bedaquiline é eficaz contra cepas de tuberculose resistentes a medicamentos, melhorando o tratamento. Com esse conhecimento, podemos otimizar o uso do bedaquiline ao reduzir as doses ou encurtar o tempo de tratamento. A combinação com medicamentos padrão contra a tuberculose, como a isoniazida, também pode ajudar a evitar o desenvolvimento de mais resistência.

O estudo indica que os antibióticos já existentes, chamados de trimetoprima e sulfametoxazol, podem ser utilizados no tratamento da tuberculose resistente a medicamentos. O uso desses medicamentos conhecidos pode acelerar a disponibilização dos tratamentos, sem a necessidade de esperar pelo desenvolvimento de novos fármacos.

A pesquisa enfatiza a necessidade de criar métodos para prevenir a resistência aos medicamentos. É essencial entender como as bactérias se modificam e se tornam resistentes às drogas. Cientistas estão utilizando ferramentas de aprendizado de máquina para compreender melhor o funcionamento da resistência, o que pode resultar em tratamentos personalizados para a tuberculose. Eles também estão desenvolvendo ferramentas de biologia sintética para estudar e interromper o processo de resistência das bactérias.

Este conhecimento contribui para os esforços globais de controle da tuberculose e ressalta a importância da pesquisa contínua. Melhorar a eficácia dos medicamentos e desenvolver novos tratamentos são essenciais para reduzir as mortes por tuberculose no mundo. As descobertas deste estudo apontam para um futuro promissor e podem levar à criação de novos antibióticos, muito demandados na medicina moderna.

O estudo é publicado aqui:

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