Descoberta inesperada: novo fosfato em amostra do asteroide Bennu pela missão OSIRIS-REx

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Por Alex Morales
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Amostra do asteroide Bennu revela moléculas de fosfato inesperadas descobertas.

São PauloA missão OSIRIS-REx da NASA encontrou resultados surpreendentes em sua amostra do asteroide Bennu. Os cientistas analisaram a poeira do asteroide e descobriram que ela continha muito carbono, nitrogênio e materiais orgânicos. Esses elementos são essenciais para a vida. Detalhes chave do estudo inicial incluem:

  • Poeira rica em carbono e nitrogênio
  • Presença de compostos orgânicos
  • Domínio de minerais de argila, especialmente serpentina
  • Contém fosfato de magnésio-sódio

Cientistas se surpreendem com mineral raro encontrado em amostra de Bennu

Os cientistas ficaram surpresos com a presença de fosfato de magnésio-sódio puro na amostra do asteroide Bennu. O mineral não havia sido detectado pela sonda OSIRIS-REx durante o estudo do asteroide. Além disso, os grãos de fosfato encontrados em Bennu são maiores do que quaisquer outros encontrados em meteoritos.

Um fosfato semelhante foi identificado na amostra do asteroide Ryugu pela missão Hayabusa2 da JAXA em 2020. Entretanto, a amostra de Bennu se destaca por ser mais pura e apresentar grãos maiores. Isso leva a crer que Bennu pode ter se originado em um antigo mundo oceânico.

A equipe, incluindo os principais pesquisadores Dante Lauretta e Harold Connolly, sugeriu que Bennu pode ter tido água no passado. Essa hipótese ainda precisa de mais pesquisas para ser confirmada. Os elementos encontrados indicam interação com água, o que é compatível com a formação de minerais de argila, semelhantes aos encontrados na Terra.

Essa descoberta é particularmente empolgante para mim. As amostras de Bennu podem revelar informações importantes sobre a história do sistema solar. A equipe de análise da sonda OSIRIS-REx espera que seus achados esclareçam como o sistema solar se formou e, quem sabe, como a vida começou na Terra.

OSIRIS-REx foi lançada em 8 de setembro de 2016, foi até o asteroide Bennu e coletou amostras. Ela retornou à Terra com uma amostra de 121,6 gramas em 24 de setembro de 2023. Esta missão trouxe a maior quantidade de material intacto de asteroide já coletada. As amostras ajudam a entender os primórdios do sistema solar, há mais de 4,5 bilhões de anos.

Bennu é composto por materiais muito antigos e simples, semelhantes aos encontrados no Sol. Esses materiais não sofreram alterações desde que se formaram, o que ajuda os cientistas a entenderem o início do sistema solar e o desenvolvimento de planetas como a Terra.

Coletar essas amostras limpas é muito importante. O carbono e o nitrogênio nos ajudam a entender a origem dos materiais de Bennu. Eles podem ter se transformado de maneiras que contribuíram para o surgimento da vida na Terra. Jason Dworkin, do Centro de Voos Espaciais Goddard da NASA, afirma que a OSIRIS-REx forneceu aos cientistas o que eles queriam: uma grande amostra rica em nitrogênio e carbono de um mundo que já foi úmido.

Pesquisadores publicaram um estudo inicial sobre o material de Bennu na revista Meteoritics & Planetary Science em 26 de junho. Eles descobriram que as amostras de Bennu são únicas e de grande importância para a ciência planetária. A equipe do OSIRIS-REx analisa essas amostras semanalmente, fazendo novas descobertas que nos ajudam a entender a história e o desenvolvimento do nosso sistema solar.

Cientistas continuam a se concentrar na amostra de Bennu. Cada descoberta desta amostra nos proporciona um conhecimento novo que antes não era possível. A missão OSIRIS-REx representa um passo importante em nossos esforços para compreender as origens da vida e do nosso sistema solar. Ela também oferece pistas sobre mundos aquáticos e processos químicos antigos, que são temas fascinantes para pesquisas futuras.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1111/maps.14227

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Dante S. Lauretta, Harold C. Connolly, Joseph E. Aebersold, Conel M. O'D. Alexander, Ronald‐L. Ballouz, Jessica J. Barnes, Helena C. Bates, Carina A. Bennett, Laurinne Blanche, Erika H. Blumenfeld, Simon J. Clemett, George D. Cody, Daniella N. DellaGiustina, Jason P. Dworkin, Scott A. Eckley, Dionysis I. Foustoukos, Ian A. Franchi, Daniel P. Glavin, Richard C. Greenwood, Pierre Haenecour, Victoria E. Hamilton, Dolores H. Hill, Takahiro Hiroi, Kana Ishimaru, Fred Jourdan, Hannah H. Kaplan, Lindsay P. Keller, Ashley J. King, Piers Koefoed, Melissa K. Kontogiannis, Loan Le, Robert J. Macke, Timothy J. McCoy, Ralph E. Milliken, Jens Najorka, Ann N. Nguyen, Maurizio Pajola, Anjani T. Polit, Kevin Righter, Heather L. Roper, Sara S. Russell, Andrew J. Ryan, Scott A. Sandford, Paul F. Schofield, Cody D. Schultz, Laura B. Seifert, Shogo Tachibana, Kathie L. Thomas‐Keprta, Michelle S. Thompson, Valerie Tu, Filippo Tusberti, Kun Wang, Thomas J. Zega, C. W. V. Wolner. Asteroid (101955) Bennu in the laboratory: Properties of the sample collected by OSIRIS‐REx. Meteoritics & Planetary Science, 2024; DOI: 10.1111/maps.14227
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