Novo estudo: asteroide que dizimou dinossauros veio de além da órbita de Júpiter

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Por Alex Morales
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Asteroide se aproximando da Terra com dinossauros em primeiro plano.

São PauloCientistas da Universidade de Colônia lideraram um estudo para descobrir a origem do asteroide que atingiu a Terra há 66 milhões de anos. Esse impacto provocou uma extinção em massa, incluindo a dos dinossauros. Ao analisar amostras de rochas do período entre o Cretáceo e o Paleogeno, encontraram fortes evidências de que o asteroide veio de além da órbita de Júpiter.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • O asteroide se formou fora da órbita de Júpiter durante os primeiros estágios do desenvolvimento do sistema solar.
  • Partículas finas de poeira provenientes do impacto obscureceram o sol, interrompendo a fotossíntese por anos.
  • A camada limite do Cretáceo-Paleógeno contém altas concentrações de metais raros do grupo da platina.
  • A análise isotópica de rutênio indica a origem do asteroide do sistema solar externo.

Esta descoberta ressalta as características únicas do impacto do asteroide que ocorreu por volta do período Cretáceo-Paleogeno. A maioria dos fragmentos de asteroides que atingiram a Terra nos últimos 500 milhões de anos veio do sistema solar interno e são geralmente de asteroides do tipo S. Estes são bem diferentes do asteroide rico em carbono que se chocou próximo a Chicxulub, na Península de Yucatán, no México.

Os dados isotópicos foram cruciais para este estudo. Isótopos de Rutênio indicaram que o asteroide Chicxulub provavelmente veio da parte externa do sistema solar. Esta análise detalhada foi realizada no avançado laboratório de sala limpa do Instituto de Geologia e Mineralogia da Universidade de Colônia.

Teorias iniciais sugerem que a trajetória do asteroide pode ter sido alterada pelo movimento dos grandes planetas quando o nosso sistema solar estava se formando, especialmente Júpiter. A forte gravidade de Júpiter provavelmente deslocou muitos asteroides ricos em carbono, enviando alguns para caminhos que cruzam o sistema solar interno, incluindo órbitas que se interceptam com a Terra.

O impacto causou graves efeitos climáticos. Partículas de poeira na estratosfera bloquearam a luz solar, provocando uma queda nas temperaturas globais. Isso perturbou o clima por anos. A fotossíntese parou, causando o colapso das cadeias alimentares e dos ecossistemas.

Impactos de asteroides do sistema solar interno são mais comuns e melhor compreendidos, porém, o evento de Chicxulub se destaca por ter vindo do sistema solar externo. Isso torna o evento único e significativo, marcando o fim do período Cretáceo. Essas novas descobertas ampliam nosso entendimento sobre a história geológica da Terra e como eventos celestiais podem afetar ambientes planetários.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/science.adk4868

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Mario Fischer-Gödde, Jonas Tusch, Steven Goderis, Alessandro Bragagni, Tanja Mohr-Westheide, Nils Messling, Bo-Magnus Elfers, Birger Schmitz, Wolf U. Reimold, Wolfgang D. Maier, Philippe Claeys, Christian Koeberl, François L. H. Tissot, Martin Bizzarro, Carsten Münker. Ruthenium isotopes show the Chicxulub impactor was a carbonaceous-type asteroid. Science, 2024; 385 (6710): 752 DOI: 10.1126/science.adk4868
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