Estudo revela crescimento cognitivo significativo em cérebros de bebês aos 16 meses

Tempo de leitura: 2 minutos
Por João Silva
- em
Ilustração colorida do cérebro destacando áreas de crescimento cognitivo.

São PauloUm estudo recente revelou que as habilidades cognitivas das crianças melhoram significativamente por volta dos 16 meses de idade. A pesquisa, realizada por cientistas das Universidades de Bristol e Oxford e publicada na revista Imaging Neuroscience, apontou que os 16 meses são um período crucial para o desenvolvimento cerebral.

Principais descobertas do estudo:

  • A idade de 16 meses é crucial para o desenvolvimento das habilidades cognitivas
  • Regiões do cérebro relacionadas ao controle inibitório apresentam crescimento
  • Habilidades das crianças em seguir instruções melhoram
  • Pesquisadores utilizaram espectroscopia funcional no infravermelho próximo (fNIRS)

Nos primeiros dois anos de vida, o cérebro de uma criança cresce rapidamente. As funções executivas, que ajudam a gerenciar pensamentos e ações, são muito importantes nesse período. Uma função executiva crucial é o controle inibitório. Essa habilidade ajuda as crianças a evitar agir por impulso ou por hábito.

O controle inibitório começa a se desenvolver quando o bebê é muito pequeno e continua a melhorar conforme a criança cresce. Embora soubéssemos que essa habilidade melhora com o tempo, não entendíamos como o cérebro fazia isso acontecer até agora.

Pesquisadores das universidades de Oxford e Bristol estudaram a atividade cerebral de bebês de 16 meses. Utilizando uma técnica amigável para crianças chamada espectroscopia de infravermelho próximo funcional (fNIRS), observaram 103 bebês. As crianças receberam uma tarefa simples em uma tela sensível ao toque, projetada para testar sua capacidade de controlar impulsos.

O experimento revelou quais partes do cérebro estão ativas quando as crianças controlam seus impulsos. A equipe repetiu o experimento com o mesmo grupo de crianças que haviam sido testadas aos 10 meses de idade.

Em um estudo anterior, bebês de 10 meses usaram o lado direito de seu córtex pré-frontal e parietal para controlar suas ações. Aos 16 meses, eles passaram a utilizar mais o córtex parietal esquerdo e ambos os lados do córtex pré-frontal.

O cérebro mostrou mudanças, mesmo que o desempenho nas tarefas não tenha melhorado entre 10 e 16 meses. Ao serem testadas nessas idades, a equipe percebeu que, à medida que os bebês se tornavam crianças pequenas, eles ainda enfrentavam dificuldades com ações habituais. No entanto, a atividade cerebral relacionada a essa habilidade mudou significativamente.

Os resultados indicam que bebés de 16 meses utilizam mais áreas do cérebro do que quando tinham 10 meses, mesmo que as habilidades pareçam iguais. Isso sugere que aos 16 meses há um momento crucial para o desenvolvimento cerebral, o que ajuda os bebês a seguir instruções simples e controlar seus impulsos.

Este estudo examina mudanças significativas no cérebro de crianças à medida que passam de bebês a toddlers. Não houve melhoria na capacidade de controlar impulsos durante esse período, mas os resultados fornecem novas informações sobre o desenvolvimento cerebral. Pesquisas futuras podem usar esses dados para compreender como o controle de impulsos se desenvolve da infância à vida adulta.

O estudo auxilia pais e cuidadores a entender por que os bebês têm dificuldade em interromper determinadas atividades. Mesmo com os desafios, seus cérebros estão em constante transformação, o que promove o aprendizado de novas habilidades. Ao atingirem marcos importantes no desenvolvimento, é fundamental saber que essas mudanças cerebrais são essenciais para o crescimento deles.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1162/imag_a_00206

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Abigail Fiske, Liam Collins-Jones, Carina de Klerk, Katie Y.K. Lui, Alexandra Hendry, Isobel Greenhalgh, Anna Hall, Henrik Dvergsdal, Gaia Scerif, Karla Holmboe. The neural correlates of response inhibition across the transition from infancy to toddlerhood: An fNIRS study. Imaging Neuroscience, 2024; 2: 1 DOI: 10.1162/imag_a_00206
Ciência: Últimas notícias
Leia mais:

Compartilhar este artigo

Comentários (0)

Publicar um comentário