Novo estudo: 'spas' de calor simples salvam espécies de rãs ameaçadas de extinção

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Por Bia Chacu
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Rãs em ambiente aquecido e protegido com lâmpadas de calor.

São PauloPesquisadores da Universidade Macquarie descobriram uma maneira de ajudar sapos ameaçados a sobreviver a uma doença fúngica prejudicial chamada quitridiomicose, que já causou a extinção de muitas espécies de anfíbios. Esse novo método é simples e eficaz.

Cientistas investigaram o fungo chytrid, responsável por uma doença devastadora. Esse fungo já extinguiu pelo menos seis espécies de anfíbios na Austrália e ameaça muitas outras espécies em todo o mundo. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature em 26 de junho de 2024.

O Dr. Anthony Waddle, um dos principais autores do estudo, explica como eles resolveram o problema. Estes são os pontos principais do estudo:

  • Eles usaram calor para combater o fungo.
  • O método envolve a criação de abrigos artificiais 'hotspots'.
  • Esses hotspots podem ser feitos de tijolos e estufas de PVC.
  • Os sapos usam esses abrigos para aquecer e matar o fungo.
  • O método auxilia os sapos a desenvolverem imunidade a futuras infecções.

A devastação da quitridiomicose

A quitridiomicose é um problema grave. Após se estabelecer em uma nova área, ela permanece no local. Esta doença tem prejudicado a biodiversidade global mais do que qualquer outra doença registrada ou espécie invasora. Aproximadamente 90 espécies já estão extintas, e outras 124 espécies perderam mais de 90% de suas populações.

O professor Lee Skerratt, da Universidade de Melbourne, afirma que a pesquisa é um excelente exemplo de colaboração entre diferentes áreas e instituições.

O Dr. Waddle explica que certos abrigos ajudam os sapos a eliminar infecções ao permitirem que eles elevem a temperatura do corpo a um nível suficiente para matar o fungo quitrídio.

Os abrigos podem ser facilmente reconstruídos e ampliados com o apoio da comunidade. Este estudo também pode beneficiar outros sapos ameaçados pelo fungo que causa a doença quitridiomicose.

O sapo verde e dourado (Litoria aurea) pode se beneficiar com esta nova técnica. Esta espécie tem desaparecido da maioria de seus antigos habitats na Austrália. A nova técnica traz esperança para populações em rápida diminuição como esta.

Este estudo propõe um método eficaz para preservar sapos ameaçados de extinção. Ele oferece uma abordagem direta e eficiente para ajudar esses sapos a sobreviver e combater o perigoso fungo quitrídio.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41586-024-07582-y

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Anthony W. Waddle, Simon Clulow, Amy Aquilina, Erin L. Sauer, Shannon W. Kaiser, Claire Miller, Jennifer A. Flegg, Patricia T. Campbell, Harrison Gallagher, Ivana Dimovski, Yorick Lambreghts, Lee Berger, Lee F. Skerratt, Richard Shine. Hotspot shelters stimulate frog resistance to chytridiomycosis. Nature, 2024; DOI: 10.1038/s41586-024-07582-y
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