Novo estudo revela crise de moradia acessível nos EUA, não de falta de casas

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Por João Silva
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Casas caras com sinais de dólar ao fundo.

São PauloPesquisa Revela Escassez de Habitação Acessível para Baixa Renda nos EUA

Um estudo da Universidade de Kansas constatou que os EUA possuem um número suficiente de residências, mas muitas são caras demais para pessoas de baixa renda. Os professores Kirk McClure e Alex Schwartz analisaram dados do Censo dos EUA de 2000 a 2020 e descobriram que, embora existam unidades habitacionais suficientes, a maioria não está disponível a preços acessíveis para famílias com rendas muito baixas.

McClure e Schwartz analisaram:

  • O número de novas famílias formadas
  • A quantidade de unidades habitacionais adicionadas
  • As taxas de vacância

Entre 2000 e 2020, apenas 4 das 381 grandes cidades enfrentaram escassez de moradias. Da mesma forma, somente 19 das 526 pequenas cidades sofreram com o mesmo problema. Isso demonstra que não há uma deficiência habitacional generalizada na maior parte do país.

Os autores descobriram que muitas casas foram construídas entre 2000 e 2010, gerando um excedente para os seguintes dez anos. No país inteiro, houve um excesso de 3,3 milhões de casas em relação ao número de novas famílias ao longo de 20 anos. Nas cidades, o excedente foi de 2,7 milhões de casas, enquanto em pequenas cidades havia cerca de 300 mil casas a mais.

Faltam opções de aluguel acessíveis, especialmente para pessoas com rendas muito baixas. A maioria das cidades não possui unidades de aluguel barato suficientes. Famílias que ganham menos de 60% da renda média local enfrentam maior dificuldade em encontrar moradia.

Estudo Revela Taxas de Vacância ao Longo dos Anos

A pesquisa também analisou as taxas de vacância, que medem a diferença entre as unidades totais e as ocupadas. As taxas de vacância foram:

  • 9% em 2000
  • 11,4% em 2010 (após o estouro da bolha imobiliária)
  • 9,7% no final de 2020

Até 2020, havia quase 14 milhões de casas vazias. Esses dados indicam que, mesmo com muitos imóveis desocupados, eles podem não estar disponíveis ou acessíveis. É essencial considerar fatores como a condição dessas casas e seu custo. Além disso, algumas residências podem não atender a necessidades específicas, como quantidade de quartos ou recursos de acessibilidade.

O estudo revela que é mais crucial lidar com os baixos salários e os altos custos habitacionais do que construir novas casas. É mais barato ajudar as pessoas a pagar pelas moradias que já existem. Muitos programas do governo federal têm conseguido tornar a habitação mais acessível para pessoas com rendas moderadas.

McClure afirma que o principal problema em nosso país é que pessoas com baixa renda não conseguem arcar com os altos preços dos imóveis, e não a falta de moradias. Por isso, devemos nos concentrar em tornar as moradias existentes acessíveis para as famílias de baixa renda.

Os EUA possuem muitas moradias, mas muitas famílias de baixa e muito baixa renda não conseguem arcar com os custos. Para resolver esse problema, precisamos focar na renda dessas famílias e no custo das moradias.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1080/10511482.2024.2334011

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Kirk McClure, Alex Schwartz. Where Is the Housing Shortage? Housing Policy Debate, 2024; 1 DOI: 10.1080/10511482.2024.2334011
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