Nova tecnologia sonora ajuda a proteger animais em extinção com análises mais precisas

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Bia Chacu
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Animais em extinção cercados por alto-falantes em habitat natural.

São PauloCientistas utilizam nova tecnologia sonora para proteger animais em extinção ao escutarem seus sons. Pesquisadores da Universidade de Warwick e da Universidade de New South Wales, na Austrália, estão estudando sons emitidos por animais como elefantes, baleias e pássaros. Eles empregam um método derivado da análise de ondas cerebrais usada na neurociência.

Principais vantagens do novo método incluem:

  • Estimativa de tamanhos de populações animais
  • Identificação de animais em áreas específicas
  • Compreensão de padrões migratórios
  • Avaliação dos impactos do ruído humano

O novo método, denominado Transformada Superlet, é mais preciso que as técnicas atuais. Métodos como a Transformada de Fourier de Curto Prazo (STFT) têm dificuldade em representar simultaneamente os ritmos e a tonalidade dos sons. Esse problema é ainda mais crítico em frequências mais baixas, o que prejudica a análise dos sons das baleias-azuis.

Transformada Superlet revela sons inéditos em animais

Ao testar a transformada Superlet, pesquisadores descobriram novos detalhes nos sons de animais que eram desconhecidos até então. Verificaram que os elefantes asiáticos emitem sons pulsados, além de tons contínuos. Observaram pulsos semelhantes nos chamados dos casuares-australianos e crocodilos-americanos. Também encontraram novas evidências sobre o canto da baleia-azul-pigmeu de Chagos. Esses resultados são provenientes de gravações únicas e necessitam de mais estudos, mas demonstram o poder desse método inovador.

Ben Jancovich, doutorando na Universidade de Nova Gales do Sul, destacou que ferramentas tradicionais às vezes não são a melhor opção. Isso é especialmente verdadeiro na bioacústica, um campo que requer conhecimento de diversas áreas. O transformada Superlet se destaca por ser mais precisa e fácil de usar, beneficiando pesquisadores sem formação em engenharia.

A análise de sinais mostra sua versatilidade ao ser aplicada em diversas áreas. Um exemplo interessante é a utilização de técnicas da neurociência na conservação ambiental, o que demonstra a integração entre diferentes campos da ciência. A nova metodologia é simplificada e acessível, permitindo que mais pessoas a utilizem. Com sua disponibilização gratuita por meio de um aplicativo, um maior número de pesquisadores pode contribuir para a conservação sem a necessidade de extensa formação.

Ecossistemas estão em risco devido às ações humanas, por isso é essencial utilizar este novo método. Ao aprender mais sobre os sons dos animais, podemos melhorar a gestão e proteção do meio ambiente. Esta tecnologia pode ajudar a evitar a extinção e a preservar diversas espécies vivas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1002/ece3.11636

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Benjamin A. Jancovich, Tracey L. Rogers. BASSA: New software tool reveals hidden details in visualisation of low‐frequency animal sounds. Ecology and Evolution, 2024; 14 (7) DOI: 10.1002/ece3.11636
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