Novo estudo revela riscos para a saúde ocular em viagens espaciais

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Por João Silva
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'Astronauta vendo a Terra com sobreposição de diagrama de saúde ocular.'

São PauloMudanças na Gravidade no Espaço: Impactos na Saúde Ocular dos Astronautas

Os astronautas passam por variações na gravidade durante as viagens espaciais que podem fazer com que os fluidos corporais se desloquem. Pesquisadores da Universidade Texas A&M, liderados pela Dra. Ana Diaz Artiles, estão investigando como isso afeta o corpo, especialmente os olhos. Essas alterações nos fluidos podem impactar o sistema cardiovascular e os vasos sanguíneos ao redor dos olhos. Isso pode causar a Síndrome Neuro-Ocular Associada ao Voo Espacial (SANS), que altera a forma dos olhos e provoca problemas de visão.

Segue um resumo rápido:

  • Mudanças gravitacionais causam redistribuição de fluidos.
  • Esses deslocamentos de fluidos podem afetar o sistema cardiovascular.
  • Há grande preocupação com os efeitos nos olhos.
  • SANS é uma possível consequência desses fenômenos.
  • Pesquisadores estão investigando medidas de prevenção.

Em microgravidade, os fluidos corporais tendem a mover-se para a parte superior do corpo, em vez de permanecerem na parte inferior como na Terra, explicou Diaz Artiles, professora assistente de Engenharia Aeroespacial. Esse deslocamento de fluidos pode alterar a pressão ocular. Os cientistas ainda não sabem exatamente o que causa a SANS, mas Diaz Artiles está se dedicando a entender melhor o fenômeno.

A equipe estudou um método chamado pressão negativa na parte inferior do corpo (LBNP) para lidar com a Síndrome Neuro-Ocular Associada ao Espaço (SANS). Esse método direciona o fluido de volta para a parte inferior do corpo, o que pode ajudar contra os efeitos da microgravidade. No entanto, no estudo recente, descobriram que a LBNP não reduziu a pressão ocular (OPP), mesmo tendo movido o fluido. Eles acreditam que a microgravidade pode aumentar a OPP de forma leve, mas constante, o que poderia levar à SANS.

Este estudo faz parte de um projeto de pesquisa em três etapas. Na fase inicial, foram realizados testes utilizando uma mesa inclinável para simular diferentes níveis de gravidade e analisar os efeitos no coração. Fases futuras irão usar um dispositivo rotativo para estudar o movimento dos fluidos e suas consequências. O objetivo é coletar dados cardíacos e observar como a microgravidade afeta a pressão ocular e outras funções.

Com o aumento das viagens comerciais ao espaço, mais pessoas sentirão essas mudanças nos fluidos, não apenas os astronautas. Os viajantes dessas companhias comerciais podem não ser tão saudáveis ou em forma, portanto, é ainda mais crucial compreender completamente esses efeitos.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41526-024-00404-5

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Eric A. Hall, Richard S. Whittle, Ana Diaz-Artiles. Ocular perfusion pressure is not reduced in response to lower body negative pressure. npj Microgravity, 2024; 10 (1) DOI: 10.1038/s41526-024-00404-5
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