Avanço no tratamento do câncer colorretal reduz necessidade de cirurgia, aponta estudo da Uppsala University

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Por João Silva
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Equipamentos médicos e resultados de laboratório destacando o tratamento do câncer.

São PauloPesquisadores da Universidade de Uppsala descobriram uma nova abordagem para tratar câncer retal localmente avançado. Utilizando uma combinação de radioterapia e quimioterapia, e realizando a cirurgia apenas quando necessário, eles mostraram que alguns pacientes podem não precisar de cirurgia. Este método reduz as chances de recidiva do câncer e ajuda os pacientes a manterem a função normal do reto.

O tratamento habitual para o câncer retal geralmente inclui:

  • Radioterapia ou uma combinação de radioterapia e quimioterapia por cinco semanas
  • Cirurgia para remoção de parte do intestino
  • Quimioterapia adicional por até seis meses

O novo método inicia com todos os tratamentos de radioterapia e quimioterapia. Isso aumenta as chances de o tumor desaparecer completamente antes de ser necessário uma cirurgia. Segundo o professor Bengt Glimelius, essa abordagem ajuda a preservar o reto e evita a necessidade de um bolsa de desvio (estoma).

Cerca de 2.000 pessoas na Suécia são diagnosticadas com câncer retal todos os anos. Um terço desses pacientes tem alto risco de recorrência do câncer. O tratamento convencional frequentemente provoca complicações como problemas de controle intestinal, devido à interrupção dos sinais cerebrais. Uma nova abordagem, respaldada por dados do Registro Sueco de Câncer Colorretal, pode dobrar as chances de evitar a cirurgia.

Há quatro anos, uma pesquisa revelou que um curso de radioterapia de uma semana seguido de mais de quatro meses de quimioterapia eliminava mais tumores e resultava em menos metástases distantes, embora houvesse um ligeiro aumento nas recidivas locais. Para resolver esse problema, a equipe de Uppsala reduziu a quimioterapia para três meses, o que teve bons resultados.

Um novo estudo acompanhou pacientes por quase cinco anos e confirmou que o tratamento é eficaz e não aumenta a recorrência do câncer. Isso demonstra que o método não só funciona bem como é mais seguro do que imaginávamos. Ele requer menos cirurgia e preserva o funcionamento do reto, ajudando assim muitos pacientes a terem uma melhor qualidade de vida.

Dobrar a taxa de desaparecimento completo do tumor e manter baixas as taxas de recorrência, essa técnica pode se tornar um novo padrão no tratamento do câncer retal. Essa mudança destaca a necessidade de testar tratamentos experimentais em ambientes reais para garantir sua eficácia. Os resultados positivos na Suécia indicam que abordagens semelhantes podem beneficiar pacientes em todo o mundo, melhorando potencialmente o tratamento do câncer retal.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1016/j.eclinm.2024.102771

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Bengt Glimelius, Tanweera Khan, Karin Adolfsson, Eva Angenete, Åke Berglund, Kristina Bonde, Nils Elander, Tone Fokstuen, Johan Haux, Israa Imam, Cecilia Lagerbäck, Ingrid Ljuslinder, Andrzej Piwowar, Marie Zajicova, Per J. Nilsson. Total neoadjuvant treatment using short-course radiotherapy and four CAPOX cycles in locally advanced rectal cancer with high-risk criteria for recurrence: a Swedish nationwide cohort study (LARCT-US). eClinicalMedicine, 2024; 75: 102771 DOI: 10.1016/j.eclinm.2024.102771
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