Descobertas sobre ornitorrinco e galinha revelam novos segredos dos cromossomos sexuais

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Por João Silva
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Ornitorrinco e galinha com diagrama de cromossomos sexuais.

São PauloCientistas da UNSW Sydney descobriram diferenças importantes nos cromossomos sexuais entre machos e fêmeas ao estudar ornitorrincos e galinhas. Eles publicaram esses achados nos Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS). A pesquisa proporciona um novo entendimento sobre a evolução dos cromossomos sexuais e sobre o funcionamento de nossos corpos, o que pode levar a novas percepções biológicas.

Em humanos e outros mamíferos, as fêmeas possuem dois cromossomos X, enquanto os machos têm um cromossomo X e um Y. Para equilibrar a produção de proteínas, um dos cromossomos X nas fêmeas é geralmente desativado. Esse mecanismo é conhecido como compensação de dosagem dos cromossomos sexuais.

Principais descobertas do estudo incluem:

  • A compensação de dosagem ocorre mesmo quando os níveis de mRNA não estão equilibrados.
  • Os níveis de proteína são equilibrados entre os sexos, apesar das diferenças nos níveis de mRNA.
  • A compensação de dosagem pode ser essencial para todas as espécies de vertebrados.

O estudo analisou os diferentes cromossomos em ornitorrincos e galinhas. As fêmeas do ornitorrinco possuem cinco pares de cromossomos X, enquanto os machos têm cinco cromossomos X e cinco cromossomos Y. Por outro lado, as galinhas utilizam um sistema ZW; os machos têm dois cromossomos Z, e as fêmeas têm um cromossomo Z e um cromossomo W.

Pesquisas anteriores indicaram que os níveis de RNA são quase iguais em mamíferos placentários e marsupiais. No entanto, em aves e monotremados, como o ornitorrinco, esses níveis não eram equilibrados. Esta nova pesquisa revela pela primeira vez que esse desequilíbrio é corrigido no nível de proteína, sugerindo que o mecanismo de compensação de dosagem pode variar entre as espécies.

Resultados mostram que o equilíbrio dos níveis de proteína é um mecanismo importante e comum. Isso é relevante porque demonstra que as espécies podem ajustar a produção de proteína mesmo quando os níveis de mRNA são diferentes. Esse achado sugere que ideias anteriores, que afirmavam que a compensação de dose ocorria principalmente no nível de mRNA, podem estar incorretas.

O estudo é essencial para a saúde humana. Compreender esses processos em outras espécies pode ajudar os cientistas a encontrar novas maneiras de manipular genes em humanos. Isso pode levar a novos tratamentos para doenças genéticas e aumentar nossa compreensão sobre a evolução.

Futuras pesquisas têm como objetivo investigar como outras espécies equilibram a atividade gênica por meio da compensação de dosagem. Os cientistas querem descobrir como esses sistemas se desenvolveram e como funcionam em diferentes situações. Esses estudos irão aprimorar nossa compreensão sobre o controle genético e a produção de proteínas.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1073/pnas.2322360121

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Nicholas C. Lister, Ashley M. Milton, Hardip R. Patel, Shafagh A. Waters, Benjamin J. Hanrahan, Kim L. McIntyre, Alexandra M. Livernois, William B. Horspool, Lee Kian Wee, Alessa R. Ringel, Stefan Mundlos, Michael I. Robson, Linda Shearwin-Whyatt, Frank Grützner, Jennifer A. Marshall Graves, Aurora Ruiz-Herrera, Paul D. Waters. Incomplete transcriptional dosage compensation of chicken and platypus sex chromosomes is balanced by post-transcriptional compensation. Proceedings of the National Academy of Sciences, 2024; 121 (32) DOI: 10.1073/pnas.2322360121
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