Desvendando epidemias de rãs: insights do DNA ambiental no combate ao ranavírus

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Por João Silva
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Rã da madeira em lagoa cercada por fios de DNA.

São PauloPesquisadores estão investigando como o DNA ambiental (eDNA) pode auxiliar no estudo e manejo da vida selvagem, especialmente no caso das rãs-das-madeiras e o risco de surtos de ranavírus. Esta técnica utiliza o material genético deixado pelos animais para identificar espécies e entender as mudanças nas suas populações. No entanto, ainda é um desafio medir com precisão o tamanho das populações usando eDNA.

Desafios com eDNA incluem:

  • Dificuldade em estimar com precisão o tamanho das populações, especialmente para grupos menores.
  • Fatores ambientais que influenciam a concentração de eDNA.
  • Variação entre amostras que afeta a confiabilidade.

Tracy Rittenhouse e Meghan Parsley, juntamente com sua equipe, realizaram uma pesquisa sobre surtos de ranavírus em rãs-dos-bosques. Eles utilizaram eDNA para investigar como fatores climáticos, como temperatura e salinidade, influenciam esses surtos. Para isso, recriaram condições ambientais mais extremas para observar como isso altera os níveis de eDNA e a propagação da doença. A pesquisa destacou as dificuldades de associar o eDNA à quantidade de rãs, já que mudanças podem ocorrer devido a diferentes condições ambientais.

Embora a pesquisa com eDNA tenha avançado bastante, determinar a quantidade exata de eDNA ainda é um desafio. Podemos identificar com confiança se uma espécie está presente ou não, mas contabilizar seus números exatos é mais complicado. O eDNA é útil para perceber grandes variações, como quando há milhares ou apenas alguns indivíduos. No entanto, para pequenas mudanças no tamanho da população, é necessário aprimorar o método.

No futuro, aprimorar a coleta de amostras pode ser fundamental. Poderíamos desenvolver métodos para tornar as amostras mais consistentes e confiáveis. Compreender melhor os dados usando pistas ambientais será essencial. Além disso, entender mais sobre a degradação do eDNA ao longo do tempo ajudará os pesquisadores a tornar o processo mais preciso.

Uso de eDNA: Potencial para a Conservação da Vida Silvestre

O uso de eDNA no gerenciamento e conservação da vida selvagem mostra grande potencial, embora mais pesquisas sejam necessárias para resolver problemas atuais. À medida que os cientistas entendem melhor como os fatores ambientais afetam os níveis de eDNA, esse conhecimento será extremamente útil na conservação. Isso auxiliará na tomada de decisões de manejo para proteger espécies em risco, como a rã-dos-bosques, contra doenças como o ranavírus.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1038/s41598-024-66732-4

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Meghan B. Parsley, Erica J. Crespi, Tracy A. G. Rittenhouse, Jesse L. Brunner, Caren S. Goldberg. Environmental DNA concentrations vary greatly across productive and degradative conditions, with implications for the precision of population estimates. Scientific Reports, 2024; 14 (1) DOI: 10.1038/s41598-024-66732-4
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