Eliminando sabores defumados dos vinhos atingidos por incêndios florestais

Tempo de leitura: 2 minutos
Por Chi Silva
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Garrafa de vinho e uvas com fumaça desaparecendo

São PauloCientistas desenvolveram uma nova técnica para solucionar o problema dos sabores defumados em vinhos causados por incêndios florestais. Esses incêndios fazem com que as uvas absorvam certos produtos químicos que dão ao vinho gostos indesejáveis como fumaça, cinza ou remédio. Métodos tradicionais para remover esses químicos também podem eliminar os sabores bons do vinho. A nova técnica utiliza materiais especiais chamados polímeros molecularmente impressos (MIPs) para selecionar e remover os maus químicos sem prejudicar os bons.

MIPs são materiais artificiais criados para mirar substâncias específicas. Nesse caso, eles são utilizados para remover sabores defumados do vinho. O processo envolve adicionar contas de MIP ao vinho, seja em sacos de musselina ou de malha, ou flutuando livremente no líquido. Testes mostraram que esse método funciona bem.

Principais vantagens do uso de MIPs para remoção de taint de fumaça incluem:

  • Alvo seletivo de compostos indesejados
  • Conservação da cor, aroma e sabor do vinho
  • Possibilidade de reutilização após regeneração

Pesquisas indicam que a adição de MIPs (Polímeros Molecularmente Impressos) após a fermentação é mais eficaz do que durante o processo fermentativo na produção de vinho. Isso pode ajudar vinicultores cujas uvas foram afetadas por fumaça a melhorar a qualidade do vinho. A limpeza dos MIPs para remover compostos voláteis os torna ainda mais eficientes e sustentáveis.

MIPs são materiais especiais projetados para reconhecer e se ligar a moléculas específicas. Quando adicionados ao vinho, eles capturam compostos relacionados à fumaça e os removem do líquido. Isso ajuda os vinicultores a preservarem os bons sabores das uvas.

Esta nova tecnologia pode ajudar os vinicultores em regiões afetadas por incêndios florestais, protegendo suas plantações e mantendo a alta qualidade do vinho. Além disso, pode reduzir as perdas financeiras com vinhos danificados pela fumaça, proporcionando um melhor retorno sobre o investimento dos agricultores.

Esta pesquisa é fascinante porque envolve trabalho em equipe. Com o apoio do Governo Australiano, Wine Australia e outros grupos científicos, o estudo demonstra como os setores público e privado podem colaborar para resolver problemas na indústria. Esse esforço conjunto não só avança a ciência como oferece soluções práticas para questões do mundo real.

A técnica emprega ciência de materiais avançada para eliminar apenas os compostos voláteis nocivos, resultando em uma melhora significativa na produção de vinho. Isso pode ser de grande auxílio para as regiões afetadas por incêndios florestais, beneficiando tanto produtores quanto consumidores.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1021/acs.jafc.4c03912

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Yiming Huo, Renata Ristic, Carolyn Puglisi, Xingchen Wang, Richard Muhlack, Sylvia Baars, Markus J. Herderich, Kerry L. Wilkinson. Amelioration of Smoke Taint in Wine via Addition of Molecularly Imprinted Polymers during or after Fermentation. Journal of Agricultural and Food Chemistry, 2024; 72 (32): 18121 DOI: 10.1021/acs.jafc.4c03912
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