Impacto do levantamento do terreno na Antártica nas previsões futuras do nível do mar

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Por João Silva
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Paisagem da Antártica com terra emersindo e gelo derretendo.

São PauloUm estudo recente revela que o solo sob a camada de gelo da Antártida irá se elevar devido ao derretimento do gelo, afetando os níveis futuros do mar. Quando o gelo na Antártida derrete, o alívio do peso na terra faz com que ela suba. Esse solo em elevação, por sua vez, influencia a camada de gelo acima dela, impactando os níveis do mar em todo o mundo.

Principais resultados do estudo incluem:

Redução nas Emissões de Gases do Efeito Estufa Pode Diminuir Impacto do Degelo na Antártida

Se as emissões de gases do efeito estufa forem reduzidas, a elevação do terreno na Antártida poderá diminuir seu impacto no aumento do nível do mar em cerca de 40%. No entanto, se as emissões continuarem altas, o rápido derretimento do gelo agravará a elevação do nível dos mares. Aproximadamente 700 milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras estão em risco devido a essas mudanças. Atualmente, a camada de gelo antártica está subindo cerca de 5 centímetros por ano, muito mais rápido do que na América do Norte.

Terry Wilson, da Universidade Estadual de Ohio, está à frente de uma pesquisa que utiliza um modelo 3D do interior da Terra. Esse modelo, desenvolvido por cientistas da Universidade McGill, emprega dados de GPS e sismologia da Rede Antártica (ANET) do projeto Polar Earth Observing Network (POLENET). Essa rede coleta dados de diferentes sistemas na Antártica, monitorando o movimento terrestre e a atividade sísmica.

Wilson destacou que este modelo possui mais detalhes do que nunca. Ele auxilia a equipe a prever como as camadas de gelo e os níveis do mar irão mudar até o ano 2500, com base em diferentes níveis de emissões. Ela mencionou que quando o gelo derrete, o solo se eleva, o que pode retardar o movimento do gelo em direção ao oceano e ajudar a manter mais camadas de gelo intactas. Isso poderia resultar em um menor aumento do nível do mar nos melhores cenários possíveis.

Em um cenário de baixas emissões, essas alterações podem desacelerar ou reduzir alguns efeitos do aquecimento global. No entanto, em um cenário de altas emissões, o rápido derretimento do gelo poderia deslocar a água do oceano para longe da Antártida. Isso resultaria em um aumento do nível do mar, especialmente em áreas costeiras densamente povoadas, agravando ainda mais a situação.

O estudo destaca a necessidade urgente de reduzir as emissões de carbono. Esforços individuais e nacionais, mesmo que pequenos, podem se somar e fazer a diferença. Para nações insulares e áreas costeiras, diminuir os impactos ambientais é fundamental. A pesquisa também revela a relação entre as partes sólidas da Terra e as mudanças na superfície. Ressalta a importância de coletar mais dados para prever condições futuras com maior precisão.

Pesquisadores da Universidade Estadual de Ohio descobriram que o solo na Antártida está subindo mais rápido do que imaginávamos. Ele está se elevando em 5 centímetros por ano, uma velocidade cinco vezes maior do que na América do Norte. Essa rápida mudança indica que as atividades humanas estão impactando claramente o meio ambiente.

Estudo de Wilson destaca o impacto de planos de baixa emissão

A pesquisa conduzida por Wilson revela que o conhecimento sobre a elevação do terreno e a implementação de planos de baixa emissão podem ser mais eficazes no controle do aumento futuro do nível do mar. O estudo oferece informações valiosas, mas também ressalta a necessidade de mais pesquisas e coleta de dados adicionais.

Este estudo foi financiado pela Fundação Nacional de Ciência dos EUA e pelo Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia do Canadá. Diversas universidades e a União dos Cientistas Preocupados contribuíram para a pesquisa, cujos resultados foram publicados na revista Science Advances.

O estudo é publicado aqui:

http://dx.doi.org/10.1126/sciadv.adn1470

e sua citação oficial - incluindo autores e revista - é

Natalya Gomez, Maryam Yousefi, David Pollard, Robert M. DeConto, Shaina Sadai, Andrew Lloyd, Andrew Nyblade, Douglas A. Wiens, Richard C. Aster, Terry Wilson. The influence of realistic 3D mantle viscosity on Antarctica’s contribution to future global sea levels. Science Advances, 2024; 10 (31) DOI: 10.1126/sciadv.adn1470
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